O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, comemorou nesta segunda-feira (3) o triunfo da recém-eleita presidente do México, Claudia Sheinbaum, e disse que ela "ajudou" a guerrilha colombiana M-19 "na clandestinidade".

"Claudia ajudou o M-19 no México durante os tempos clandestinos. Desde muito jovem foi uma grande lutadora social", escreveu na rede social X o presidente colombiano, que fez parte da organização rebelde até à sua desmobilização em 1990.

Sem dar detalhes sobre a assistência que Sheinbaum prestou à guerrilha, Petro comemorou que "uma mulher de esquerda" chegou ao poder em "uma das maiores nações do mundo".

Fundado em 1974, o Movimento 19 de Abril (M-19) pegou em armas contra as elites conservadoras e liberais que governavam a Colômbia.

O ponto mais alto do confronto ocorreu em 1985, quando um comando rebelde tomou o Palácio da Justiça em Bogotá, desencadeando uma sangrenta operação militar de retomada que deixou dezenas de mortos e desaparecidos.

Sheinbaum, de 61 anos, fez história no domingo ao ser eleita a primeira presidente do México com entre 58% e 60% dos votos, cerca de 32 pontos percentuais à frente da candidata conservadora Xóchitl Gálvez.

Na década de 1980, Sheinbaum integrou o Conselho Estudantil Universitário (CEU), organização de esquerda que reunia personalidades do governo do presidente Andrés Manuel López Obrador, seu padrinho político.

Nesta mesma década, o México abrigou aproximações dos líderes do M-19 com o então presidente da Colômbia, Belisario Betancur.

Personalidades conhecidas por simpatizarem com os insurgentes, como o vencedor do Prêmio Nobel Gabriel García Márquez, também receberam asilo no país da América do Norte.

Depois de assinar um acordo de paz em 1990, o M-19 se transformou em um partido político com o mesmo nome.

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