O governo dos Estados Unidos assinalou nesta terça-feira (4) que esperava agir de maneira concertada com seus aliados europeus sobre o Irã, depois que diplomatas disseram que Washington se opunha a uma resolução de censura sobre o programa nuclear de Teerã.
Reino Unido, França e Alemanha apresentaram ontem um projeto de resolução ao Conselho Diretor da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), condenando o Irã por sua falta de cooperação total com o órgão de supervisão nuclear e exigindo maior prestação de contas pelas atividades de Teerã.
Ao ser questionado a respeito, o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, disse aos jornalistas que os Estados Unidos já haviam tomado "medidas importantes na AIEA no passado" e estão "preparados para fazer isso novamente no futuro".
"Vocês vão ver a posição dos Estados Unidos quando for apresentada essa resolução, mas acho que não devem esperar que atuemos em algum tipo de discórdia com nossos parceiros do E3 [Reino Unido, França e Alemanha]", acrescentou Miller a respeito das críticas europeias a Washington.
Os diplomatas europeus consideraram que o governo de Joe Biden, que busca restabelecer a calma no Oriente Médio, se opõe à medida por temor de agravar as tensões na região.
O Irã suspendeu o cumprimento dos limites a suas atividades nucleares estabelecidos no acordo histórico de 2015 com o G5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, mais Alemanha) depois que Washington se retirou unilateralmente do acordo em 2018, durante o governo do republicano Donald Trump, e voltou a impor sanções pesadas contra a República Islâmica.
Segundo a AIEA, a agência de controle nuclear da ONU que se encarrega de verificar que o programa iraniano tenha fins civis e não militares, o Irã é o único país não detentor de armas atômicas que enriquece urânio a 60% e acumula reservas cada vez maiores.
O limite se aproxima dos 90% necessários para fabricar uma arma atômica, mas Teerã nega ter a intenção de fabricar uma bomba e alega ter objetivos civis.
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