O artista gráfico franco-suíço Ben, conhecido por seus slogans escritos em letras brancas manuscritas sobre um fundo preto, morreu aos 88 anos em Nice, informaram fontes oficiais nesta quarta-feira (5).

Benjamin Vautier (nome verdadeiro de Ben) "foi encontrado morto em sua casa", anunciou o Ministério Público de Nice, segundo o qual "os primeiros elementos indicam um ferimento por arma de fogo". 

O Ministério Público acrescentou que foi aberta uma investigação "para esclarecer as causas da morte". 

"O mundo da cultura perde uma lenda", escreveu a ministra da Cultura, Rachida Dati, nas redes sociais. "Ourives da linguagem, Ben deixa quase 12 mil criações artísticas”, continuou a ministra. "Seus escritos humorísticos, às vezes satíricos, acompanharam e marcaram gerações", acrescentou.

O prefeito de Nice, Christian Estrosi, revelou no Instagram que na véspera soube da morte da esposa do artista, Annie. 

"Eles estão reunidos como sempre estiveram", explicou o prefeito, que anunciou uma homenagem a Ben em breve.

Nascido em Nápoles em 1935, o artista franco-suíço, fundador da Escola de Nice junto com Arman, Yves Klein e Martial Raysse, viveu naquela cidade costeira do sudeste da França desde os 14 anos. 

As citações de Ben podem ser encontradas em inúmeros objetos, desde canecas de café a camisetas, pôsteres ou até pinturas. São escritos em caligrafia arredondada, muitas vezes em tinta branca sobre fundo preto, e à primeira vista parecem ter saído da cabeça de um estudante travesso. 

"Para que serve a arte?", "O que é novo é sempre novo?", "O que você está fazendo aqui?", "Não entendo nada" ou "Minha maior preocupação sou eu". 

Ben foi tema de exposições no Museu de Arte Moderna de Nova York e no Centro Pompidou de Paris, e no ano passado o Museu Universitário do México dedicou-lhe a maior retrospectiva organizada no mundo hispânico.

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