A seleção inglesa chega à Euro 2024, na Alemanha, com esperanças depositadas em uma geração de ouro que brilha nos melhores clubes europeus, mas marcada por décadas de decepções e promessas quebradas.

Em julho de 2021, toda a Inglaterra acreditava estar encerrando uma longo jejum de títulos, que remonta à Copa do Mundo de 1966, em casa. O cenário era de sonho: uma final em Wembley contra uma seleção italiana que no seu percurso ao longo do torneio deixou mais dúvidas do que certezas.

Mas o título, decidido na disputa de pênaltis, escapou mais uma vez das mãos dos 'Three Lions', que apenas 20 meses depois, foram eliminados nas quartas de final da Copa do Mundo de 2022 pela França, ficando mais uma vez longe da glória.

De lá para cá, muita coisa mudou: em 2024, Phil Foden se tornou o primeiro inglês desde 2016 a ser eleito o melhor jogador do ano na Premier League, Jude Bellingham foi um dos protagonistas da Liga dos Campeões pelo Real Madrid e Harry Kane brilhou em seu primeiro ano longe do Tottenham, embora tenha ficado sem títulos. 

Aos 30 anos, o atacante do Bayern de Munique será o capitão da seleção inglesa na Alemanha, num torneio em que apenas a vitória final parece um resultado aceitável para jogadores e torcedores.

- Força no ataque -

Na Baviera, e apesar do mau ano do time de Munique, Kane mostrou que é capaz de brilhar fora do norte de Londres, marcando 44 gols em 45 jogos. Enquanto em Madri, Bellingham demorou pouco a justificar a sua transferência e encantou a torcida do Real Madrid, com 23 gols em 42 jogos.

Na Inglaterra, todas as atenções se voltaram para o jovem 'Citizen' Foden, já indispensável no time titular do Manchester City e autor de 27 gols nesta temporada contando todas as competições.

Mas não foi só ele que brilhou no país que inventou o futebol: Bukayo Saka e Declan Rice foram dois dos melhores jogadores do Arsenal que fizeram com que o time sonhasse com o título até a última rodada, enquanto Trent Alexander-Arnold e Joe Gomez voltaram a mostrar seu melhor futebol no Liverpool.

Todos eles estão à disposição do sempre questionado Gareth Southgate, no comando da seleção inglesa desde novembro de 2016, que tem nas mãos, talvez pela última vez, um time repleto de talentos e com faro de gol, apesar de ter deixado de fora, em sua última convocação, nomes de peso como James Maddison e Jack Grealish.

- Um grupo acessível -

O primeiro passo no caminho da Inglaterra será o seu grupo C, teoricamente acessível aos jogadores de Southgate, no qual apenas a Dinamarca deverá dificultar a vida dos ingleses, que terminaram as Eliminatórias para a Eurocopa invictos (6 vitórias e 2 empates) e tendo sofrido apenas 4 gols em 8 jogos.

A estreia dos 'Three Lions' será no dia 16 de junho, contra a Sérvia, na casa do Schalke 04, a Veltis Arena, em Gelsenkirchen. Depois, haverá a partida crucial contra os dinamarqueses, antes do último jogo da fase de grupos, contra a Eslovênia, o adversário considerado o mais fraco da chave.

Porém, em um torneio tão curto, qualquer erro custa caro e apesar da classificação confortável, a seleção inglesa venceu apenas um dos três amistosos disputados em 2024, um alerta para que não diminua a intensidade. 

Na Alemanha, esta geração de ouro terá a oportunidade de marcar o seu nome na história do futebol inglês e acabar com o longo jejum de 58 anos.

dam/pm/aam

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