Detentos de várias prisões na Venezuela iniciaram neste domingo (9) uma greve de fome para protestar contra supostas violações de seus direitos humanos, denunciaram duas ONGs.

"Presos de todo o território nacional anunciaram que, a partir de hoje, se unirão em uma greve de fome pacífica", afirmou na rede social X o Observatório Venezuelano de Prisões (OVP), referindo-se a "violações" dos direitos dos presidiários.

A ONG enumerou pelo menos seis prisões em greve e divulgou imagens dos presos, alguns reunidos em corredores e celas, cantando o hino nacional ou fazendo barulho com as grades das celas.

A AFP solicitou comentários às autoridades, mas não obteve resposta até o momento.

Segundo o Observatório, a greve ocorre na principal prisão feminina INOF em Miranda, no Centro Penitenciário de Coro (noroeste), na prisão de Uribana em Lara, no Centro de Formação para a Mulher Nova "Manuelita Sáenz" em Aragua, no Internato Judicial de Cumaná em Sucre e numa cela da polícia científica em Lara.

No Centro de Formação para o Homem Novo "El Libertador" em Carabobo, conhecido como "Tocuyito", também estão em greve, de acordo com a ONG Uma Ventana a la Libertad.

"Os privados de liberdade na Venezuela, vítimas da demora processual e do descaso penitenciário, sentem-se enganados pelos planos de abordagem impulsionados pelo Ministério que não lhes trouxeram nenhuma solução para sua situação jurídica", acrescentou o OVP.

Eles exigem "respeito aos seus direitos humanos, reduções de penas, transferências para suas prisões de origem e a concessão de medidas humanitárias", continuou.

Segundo estimativas das ONGs, nas prisões da Venezuela há uma superlotação de cerca de 200%, e os presos denunciam constantemente supostos maus-tratos, atrasos processuais e ausência de proteína em sua alimentação.

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