A fabricante americana de veículos General Motors (GM) revisou para baixo, nesta terça-feira (11), sua previsão de vendas de veículos elétricos para 2024, ao mesmo tempo em que a Ford manifestou inquietação com a ameaça "importante" representada por seus concorrentes chineses.

Durante uma conferência organizada pelo banco alemão Deutsche Bank em Nova York, o diretor financeiro da GM informou que o grupo espera vender entre 200.000 e 250.000 veículos elétricos este ano, menos do que a projeção anterior, de 200.000 a 300.000 unidades.

"Acreditamos que isto reflita a dinâmica atual" do mercado, explicou Paul Jacobson. 

"Embora vejamos uma leve desaceleração no crescimento, ainda é muito bom", disse Jacobson. 

Ele acrescentou que a companhia em geral teve um maio "muito, muito sólido", com o volume mensal de vendas mais alto desde dezembro de 2020 e estimou que, no que diz respeito ao desempenho comercial, "os resultados do segundo trimestre serão melhores que o primeiro".

Horas antes, o grupo havia anunciado um aumento de 33% de seus dividendos e um novo programa de recompra de ações no valor de 6 bilhões de dólares (R$ 32 bilhões, na cotação atual).

O diretor financeiro da Ford, por sua vez, se referiu, na mesma conferência, aos receios a respeito dos fabricantes chineses.

"Vejam o tamanho da cota de mercado da China em veículos elétricos. Vejam o que fazem com os equipamentos digitais, o crescimento internacional e seus custos operacionais. Tudo isso representa uma ameaça competitiva muito, muito importante", afirmou John Lawler. 

Segundo ele, os fabricantes chineses têm tecnologias mais avançadas que os grupos ocidentais e têm um processo de desenvolvimento de produtos mais rápido, com um design "que alcançou novos patamares". 

"Eles constroem veículos. São veículos muito competitivos. São veículos bons", disse Lawler. "É uma competição que será muito importante, talvez não nos Estados Unidos no curto prazo, mas sim na Europa e no Sudeste Asiático". 

"O ritmo da mudança está ocorrendo muito mais rápido do que antecipávamos", advertiu.

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