Tetracampeã mundial e tricampeã europeia, a anfitriã Alemanha vai abrir a Eurocopa nesta sexta-feira (14) contra a Escócia, em Munique, em um primeiro passo de volta à elite do futebol.

Presente nas semifinais de todos os grandes torneios entre 2006 e 2016, a 'Mannschaft' vive um momento de baixa inédito em sua história, caindo na fase de grupos dos Mundiais de 2018 e 2022 e nas oitavas de final da última Euro, em 2021.

Uma crise rara que teve seu ápice em setembro de 2023, com a demissão do técnico Hansi Flick, algo que a Federação Alemã de Futebol (DFB) nunca havia feito antes.

A chegada de Julian Nagelsmann no final de setembro devolveu esperança à Alemanha, que teve a volta do meia Toni Kroos para disputar seu último torneio antes de pendurar as chuteiras.

Com a Euro cada vez mais próxima, Nagelsmann começou a falar do sonho ainda distante que seria levantar o título continental.

"Deveríamos sonhar e depois refletir sobre o que significa chegar à final e inclusive ganhá-la", explicou o treinador em entrevista coletiva durante a preparação para o torneio.

- Escócia com 'exército' de torcedores -

O primeiro desafio será contra a Escócia, um jogo que a 'Mannschaft' quer usar e como ponto de partida para um novo conto de fadas, como o que o país viveu na Copa do Mundo de 2006, em que a Alemanha também era anfitriã e chegou à semifinal.

"Pode ser o começo", opinou Thomas Müller, um dos três remanescentes da seleção que venceu o Mundial de 2014, ao lado de Kroos e do goleiro Manuel Neuer.

"Pode nos incentivar para o resto do torneio. A responsabilidade está sobre os nossos ombros", declarou o capitão Ilkay Gündogan. Em 2006, uma vitória sobre a Costa Rica por 4 a 2 no jogo de abertura deu novo ânimo aos jogadores do técnico Jügen Klinsmann para a sequência do Mundial.

Mesmo que uma vitória na estreia não garanta nada, a Alemanha venceu seu primeiro jogo em todas as vezes que foi campeã do mundo (1954, 1974, 1990 e 2014) e da Euro (1972, 1980 e 1996).

Desta vez, o adversário terá outro calibre. A Escócia não tem a reputação de grande seleção europeia e nunca passou da fase de grupos da Eurocopa ou do Mundial.

Mas liderados pelo capitão Andrew Robertson, os escoceses brilharam nas Eliminatórias em 2023, vencendo a Noruega de Erling Haaland (2 a 1 fora de casa) e a Espanha (2 a 0), uma das candidatas ao título.

Após uma reta final de Eliminatórias mais instável e uma série de amistosos pouco empolgantes (empate com a Finlândia e vitória suada sobre Gibraltar), a Escócia terá que se apoiar no 'Exército do Tartan', como é conhecida sua torcida.

Espera-se que até 200 mil torcedores escoceses inundem as ruas alemãs ao longo do torneio, vindos do país de 2,5 milhões de habitantes.

Na véspera do jogo de abertura, 40 mil escoceses já estão presentes em Berlim, segundo a polícia local.

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