Os detentos de várias penitenciárias da Venezuela suspenderam na quinta-feira (13) a greve de fome que iniciaram no fim de semana passado, depois que o governo enviou agentes às prisões para atender às demandas do grupo, informou a ONG Observatório Penitenciário Venezuelano (OVP).

"Parentes de pessoas privadas da liberdade em várias prisões do país confirmaram que os detentos suspenderam a greve de fome pacífica, iniciada no domingo, 9 de junho, em 19 prisões e 30 delegacias do país", anunciou o OVP na rede social X. 

Os detentos suspenderam a greve após "a revisão dos casos de alguns deles e de algumas libertações nas últimas horas, segundo o que foi acordado com o Ministério do Serviço Penitenciário", acrescentou a ONG.

Várias prisões, ocupadas pelo governo no ano passado para combater o crime organizado, foram alvos de denúncias dos detentos, que citaram a corrupção de funcionários, atrasos processuais, superlotação, ausência de revisão do cumprimento das penas e acesso limitado a alimentos.

Sem mencionar a greve, o presidente Nicolás Maduro designou Julio García Zerpa como novo ministro do Serviço Penitenciário e ordenou "acabar com a corrupção" dentro do sistema carcerário.

"Temos que forjar e formar uma nova geração de agentes. O condenado ou detido não pode ser cobrado por ser levado ao banheiro", disse o presidente.

García Zerpa prometeu uma "mudanças estruturais" dentro do sistema e anunciou o envio de funcionários de seu gabinete para centros penitenciários de Lara (oeste) e Carabobo (centro).

O ministro recordou que o país tem 44 centros penitenciários e mais de 400 centros preventivos ou delegacias.

Os defensores dos direitos humanos denunciam que os centros de detenção preventiva mantêm os detidos em condições de superloação, em alguns casos durante anos, quando por lei só deveriam permanecer nestes locais por alguns dias.

A população carcerária na Venezuela tem 54.000 detentos, segundo os números oficiais.

ba/ag/fp

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