Honduras concordou com a ONU em ampliar por seis meses o prazo para a criação de uma missão contra a corrupção no país centro-americano, anunciou o governo hondurenho nesta sexta-feira (14).
Esta é a segunda vez que o chamado "memorando de entendimento" para estabelecer a Comissão Internacional contra a Corrupção e a Impunidade em Honduras (CICIH) é prorrogado por seis meses.
Este acordo, assinado em 15 de dezembro de 2022, é um mecanismo da ONU similar ao que funcionou na Guatemala entre 2006 e 2019 para combater a corrupção.
"O memorando se estende até 15 de dezembro de 2024", anunciou o chanceler Enrique Reina em uma coletiva de imprensa.
"Aqui, quem tem muitos temas parados para a aprovação de leis [contra a corrupção] é a oposição", acrescentou.
A criação da CICIH é uma promessa da presidente Xiomara Castro, em um país onde a corrupção é um dos principais problemas.
Reina reconheceu que a ONU exige que Honduras aprove algumas leis no Congresso para facilitar a abertura de processos contra os suspeitos de corrupção.
No entanto, os deputados não aprovaram essas leis, o que dificultou o avanço nas negociações com a ONU.
Muitos destes congressistas são os mesmos que votaram para suprimir uma comissão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que funcionou entre 2016 e 2020 no governo de Juan Orlando Hernández, preso por narcotráfico em Nova York.
Com o apoio dessa comissão da OEA, o Ministério Público acusou mais de cinquenta deputados e funcionários de desviarem fundos do Estado para suas contas pessoais, embora os julgamentos tenham sido suspensos, possivelmente por influência política.
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