Pelo menos 10 cadáveres que estavam enterrados em uma cova clandestina no oeste do México foram exumados até esta sexta-feira (14), informou à AFP a líder de um coletivo de busca de pessoas desaparecidas.

"Foram localizados no domingo dois corpos completos em ossada, o trabalho de exumação continua [...] e até hoje [sexta-feira] são dez corpos em estado de ossada e alguns fragmentos", declarou Indira Navarro, líder do coletivo Guerreros Buscadores.

A descoberta do enterro clandestino ocorreu graças a denúncias de cidadãos, levando o coletivo ao terreno localizado no município de Tlajomulco de Zúñiga, parte da área metropolitana de Guadalajara, a capital do estado de Jalisco (oeste), desde o último domingo.

"Recebemos a informação do local [...] que havia um terreno com cerca de dez pessoas [sepultadas]. Outro anônimo nos disse que havia mais de 15", indicou Navarro.

Uma vez localizado o primeiro corpo, os ativistas relataram a descoberta à procuradoria estadual de Jalisco, cujo pessoal e equipe forense chegaram ao local na quarta-feira.

Desde esse dia, e com a ajuda de maquinário pesado, continuaram os trabalhos que permitiram o resgate dos 10 corpos relatados pela líder dos Guerreros Buscadores.

Alguns dos cadáveres estavam envolvidos em sacos, enquanto outros haviam sido enterrados apenas com as roupas que usavam, detalhou Navarro.

A procuradoria de Jalisco ainda não informou oficialmente o número exato de pessoas encontradas na cova clandestina.

Com 14.919 casos relatados até 31 de maio, Jalisco é um dos estados mexicanos com maior número de pessoas desaparecidas, um crime atribuído principalmente ao crime organizado.

Essa próspera entidade é berço do violento Cartel Jalisco Nova Geração (CJNG), um dos mais poderosos do México e com presença em vários países do mundo.

Mais de 450 mil pessoas foram assassinadas e cerca de 100 mil estão desaparecidas no México desde que, no final de 2006, o governo lançou uma polêmica estratégia militar para combater os cartéis do narcotráfico.

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