O submarino de propulsão nuclear russo "Kazan" deixou, nesta segunda-feira (17), o porto de Havana, onde permaneceu ancorado durante cinco dias à vista dos moradores da capital cubana, enquanto um submersível nuclear americano chegou na última quinta-feira à base naval de Guantánamo. 

Pouco antes das 10h00 (horário local), o grande casco preto do "Kazan" cruzou a foz da Baía de Havana para navegar em direção ao mar aberto, seguido meia hora depois pela fragata "Almirante Gorshkov", enquanto o petroleiro "Pashin" realizava manobras de saída. 

A flotilha russa, que inclui também o rebocador de resgate "Nikolai Chiker", chegou na quarta-feira à capital cubana em meio à forte expectativa dos moradores, que se deslocaram ao porto para ver com os próprios olhos um submarino nuclear.

A mobilização russa incomum a apenas 150 quilômetros da costa da Flórida ocorre em meio a tensões crescentes devido à guerra na Ucrânia, um país que tem o apoio do Ocidente na sua luta contra uma invasão russa. 

O Ministério das Forças Armadas Revolucionárias (Minfar) cubano indicou na semana passada, antes de sua chegada, que estes navios não transportam armas nucleares e não representam uma "ameaça à região". 

Seu contraparte russo disse na quarta-feira, por meio de nota, que um dia antes de sua chegada ao porto de Havana, a flotilha realizou "um exercício sobre o uso de armas de mísseis de alta precisão". 

No fim de semana, o presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, visitou o convés do submarino e a fragata russos.

"Tarde impressionante e agradável, mesmo sob a chuva persistente. Bem-vindos, amigos da #Rússia", escreveu em sua conta na rede X, uma mensagem acompanhada por uma foto dele na fragata.

Na quinta-feira, o submarino de ataque rápido "USS Helena" chegou à Baía de Guantánamo, em Cuba, "como parte de uma visita de rotina ao porto", informou o Pentágono. 

A visita foi previamente informada ao governo cubano, segundo informou o vice-ministro das Relações Exteriores, Carlos Fernández de Cossio, em nota.

"Mas obviamente não nos agrada a presença no nosso território e transitando pelas nossas águas" de um submarino dessa natureza, que pertence a um país com "uma política oficial e prática hostil contra Cuba", disse Fernández de Cossio. 

O Exército dos Estados Unidos garantiu que monitora de perto a presença dos navios russos, mas que não representam uma ameaça direta. 

Além disso, o navio canadense "Margaret Brooke" chegou a Cuba na sexta-feira e também deve deixar a ilha nesta segunda. 

Durante a Guerra Fria, a mobilização de mísseis nucleares soviéticos na ilha desencadeou a crise dos mísseis cubanos de 1962, quando Washington e Moscou estiveram prestes a entrar em guerra.

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