Uma equipe de especialistas que examina abusos cometidos na brutal guerra civil do Sudão, afirmou, nesta terça-feira (18), que investiga denúncias de escravidão sexual nos centros de detenção e ataques contra civis por motivos étnicos. 

A Missão Internacional Independente de Apuração de Fatos "recebeu informações confiáveis de muitos casos de violência sexual cometidos pelas facções envolvidas no conflito", disse o chefe da missão, Mohammed Chande Othman, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU, em Genebra. 

O conflito se arrasta desde abril de 2023, entre o exército a mando de Abdel Fatah al Burhan e as paramilitares Forças de Apoio Rápido de seu ex-aluno, Mohamed Hamdan Dagalo. 

"Mulheres e meninas têm sido, e continuam sendo, submetidas a violações coletivas, sequestros e matrimônios forçados", declarou Othman. 

O representante da organização ainda afirmou que a equipe analisa informações de escravidão e tortura sexual nas prisões, inclusive contra homens e meninos. 

O conflito já deixou dezenas de milhares de mortos e tem afetado a mais de nove milhões de pessoas, segundo a ONU. 

A missão examinadora foi criadas pelo conselho da ONU para investigar os supostos abusos no conflito. 

Ambos os grupos têm sido acusados de crimes de guerra, incluindo ataques deliberados contra civis, bombardeios indiscriminados de áreas residenciais e o bloqueio da ajuda humanitária, apesar dos avisos de que milhões de pessoas estão à beira da fome. 

Othman também disse que o grupo analisa informações do recrutamento de meninos, muitas vezes para participar "diretamente em combates e cometer crimes violentos". 

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