O primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, comandou nesta sexta-feira (21) uma sessão de ioga para uma multidão na região da Caxemira, de maioria muçulmana, um ato que algumas pessoas interpretaram como uma mensagem política por parte do líder nacionalista hindu.

A sessão, que aconteceu em Srinagar, capital da região da Caxemira controlada pela Índia, marcou o 10º aniversário do Dia Internacional do Ioga, uma iniciativa da ONU promovida pelo próprio Modi.

Embora o ioga não seja uma prática religiosa em si, tem origem na filosofia hindu e muitos habitantes da Caxemira indiana, em sua maioria muçulmanos, são indiferentes a esta prática.

Milhares de funcionários públicos, professores e estudantes de toda Caxemira compareceram ao evento, que um morador de Srinagar considerou uma invasão cultural. 

"Eles impõem o ioga aos nossos filhos para mudar culturalmente as próximas gerações e controlar suas mentes", declarou à AFP o morador, que pediu para não ser identificado por medo de represálias. 

Depois da sessão, Modi pediu a centenas de pessoas, incluindo muitos policiais e membros das Forças Armadas que estavam às margens do lago Dal, que incluam o ioga como "parte de suas vidas cotidiana".

"Ioga estimula a força, a boa saúde e o bem-estar", disse o primeiro-ministro de 73 anos.

Em sua década como primeiro-ministro, Modi construiu uma imagem de defensor fervoroso da fé hindu majoritária no país. As suas posições preocupam as minorias, incluindo a comunidade muçulmana de mais de 200 milhões de pessoas.

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