O Kremlin ameaçou, nesta segunda-feira (24), os Estados Unidos com possíveis "consequências" e convocou a sua embaixadora na Rússia, um dia depois de um bombardeio ucraniano na Crimeia que, segundo Moscou, foi realizado com mísseis americanos.
O porta-voz presidencial russo, Dmitri Peskov, chamou o bombardeio de Sebastopol de "barbárie" e acusou Washington de "matar crianças russas".
Duas das quatro vítimas do ataque à península anexada por Moscou em 2014 eram menores.
"É evidente que a participação dos Estados Unidos nos combates, a sua participação direta, que leva à morte de cidadãos russos, tem que ter consequências", insistiu Peskov. "O tempo dirá quais" serão as consequências, acrescentou.
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia, por sua vez, anunciou que havia convocado Lynne Tracy, embaixadora dos EUA em Moscou, para informá-la sobre "medidas de represália".
Washington "tem a mesma responsabilidade que o regime de Kiev por esta atrocidade", acrescentou depois em nota. O ataque "não ficará impune", insistiu.
A Rússia afirma que o bombardeio de Sebastopol no domingo foi realizado com mísseis ATACMS fornecidos pelos Estados Unidos e carregados com ogivas de fragmentação.
As autoridades nomeadas por Moscou na Crimeia afirmaram que os mísseis atingiram uma área com praias e hotéis na cidade portuária.
Em uma reunião com a mídia internacional no início do mês, o presidente russo, Vladimir Putin, criticou o envio de armas de longo alcance para a Ucrânia pelas potências ocidentais.
"Se alguém pensa que é possível fornecer estas armas a uma zona de guerra para atacar o nosso território (...), por que não temos o direito de enviar armas do mesmo tipo para regiões do mundo onde instalações sensíveis de países que agem contra a Rússia serão atingidas?", perguntou.
"Ou seja, a resposta pode ser assimétrica. Vamos pensar nisso", acrescentou aos jornalistas.
Peskov também se referiu às declarações de Putin, que garantiu que os países ocidentais forneceram dados à Ucrânia para os bombardeios.
"A Crimeia é a Ucrânia", insistiu Andrei Yermak, chefe do gabinete do presidente ucraniano, nesta segunda-feira.
Um conselheiro do presidente ucraniano, Mikhail Podoliak, sugeriu que a Crimeia era um alvo militar legítimo.
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