Quase vinte empresas chinesas, incluindo uma gigante global da indústria de satélites, estão na lista de companhias sancionadas pela União Europeia em um novo pacote de medidas vinculadas à ofensiva russana Ucrânia.
Segundo o documento publicado nesta segunda-feira (24), 19 empresas sediadas na China, várias das quais operam em Hong Kong, estão afetadas por essas medidas.
O governo chinês é frequentemente acusado pelas potências ocidentais de apoiar a ofensiva russa na Ucrânia, algo que Pequim nega.
Entre as empresas sancionadas há dois importantes atores da indústria satelital chinesa que estão acusados de estar envolvidos na venda de aparelhos e de imagens para o grupo de mercenários russo Wagner.
Em outubro, uma investigação da AFP revelou a existência desse contrato que data de novembro de 2022 e pelo qual a empresa Beijing Yunze Technology Co. Ltd vendeu dois satélites por cerca de US$ 31 milhões (R$ 167 milhões) para uma empresa da rede do chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin.
Prigozhin morreu em agosto de 2023 em um misterioso acidente de avião, dois meses após comandar um breve motim em junho daquele ano.
Os dois satélites de observação de alta resolução (75 cm) pertenciam à Chang Guang Satellite Technology (CGST), uma das principais empresas deste setor que agora está sob sanções da UE.
Nesta segunda-feira, o diário oficial da UE indicou que as entidades e indivíduos sancionados "contribuem para o reforço tecnológico e militar da Rússia ou para o desenvolvimento do setor de defesa e segurança da Rússia".
A China não fornece diretamente armas para a Rússia, mas os Estados Unidos acusam as empresas chinesas de fornecer componentes e equipamentos para o setor de armamentos russo.
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