O que parecia fácil acabou virando frustração. Em sua estreia na Copa América, o Brasil de Vinícius Júnior, Rodrygo e Endrick passou em branco contra a Costa Rica e reviveu pesadelos recentes.

O empate sem gols com os costarriquenhos na segunda-feira, em Inglewood, Los Angeles, foi o resultado mais decepcionante desde que Dorival Júnior assumiu a Seleção, em janeiro, com a missão de recuperar o prestígio do futebol brasileiro.

"Nós temos naturalmente que encontrar caminhos e soluções, isso é um fato. E os trabalhos são nesse sentido sempre, para que melhoremos a cada momento. Eu acho que isso está acontecendo, é natural que não aparecendo o resultado positivo, os questionamentos acabam acontecendo", disse o treinador.

Mesmo tendo um gol anulado, uma bola na trave e com a grande atuação do goleiro Patrick Sequeira, a Seleção não conseguiu vencer a equipe mais fraca do Grupo D e com a menor média de idade da Copa América, que mostrou força defensiva e resistência.

O Brasil de Dorival segue invicto (duas vitórias e três empates), depois de um início promissor nos amistosos de março contra Inglaterra (1 a 0) e Espanha (3 a 3), mas os fantasmas do desastroso ano de 2023 já batem à porta.

- "Evitar vexame" -

A decepção é maior porque a Seleção, apenas a sexta colocada nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026, esperava um bom começo no torneio continental pelo grande momento de Rodrygo e Vini Jr., destaques do Real Madrid no título da Liga dos Campeões.

Enquanto Rodrygo foi um dos poucos que não foram mal no SoFi Stadium, Vini, candidato à Bola de Ouro, teve uma noite para esquecer e foi substituído por Endrick no segundo tempo.

"Nós colocamos (o Vini Jr) pelo lado, não tivemos sucesso. Colocamos por dentro, também não víamos encontrando um caminho, ele estava muito bem marcado. Nós tínhamos que buscar uma solução", explicou Dorival.

Sem o lesionado Neymar, que acompanhou a partida do estádio e foi ovacionado pelos torcedores, o camisa 7 tem a missão de comandar a Seleção, mas mais uma vez teve um desempenho abaixo do esperado. Em 31 jogos, são apenas três gols marcados. E muitos se perguntam se ele será capaz de repetir o brilho que exibe no Real Madrid.

"Time ruim enterra jogador bom e, por enquanto, não há time. Há ideias de Dorival Júnior", escreveu o colunista Paulo Vinícius Coelho no portal UOL.

"As ideias precisam se renovar e a equipe se construir. É bem provável que não dê tempo na Copa América, em que será mais fundamental evitar vexame do que ganhar o título", acrescentou.

- Promessa de melhora -

O primeiro empate na história entre Brasil e Costa Rica (dez vitórias brasileiras e uma costarriquenha) reviveu o debate sobre a qualidade da atual geração, especialmente em posições cruciais nas quais não havia dúvida sobre o talento brasileiro: laterais e armadores.

"A atual geração brasileira é de bons jogadores e alguns melhores do que isso. Mas não há uma fartura de atletas acima de média, o que torna fundamental um jogo coletivo mais aprimorado", escreveu o comentarista Mauro Cezar Pereira no UOL.

A Seleção está agora sob pressão extra para conquistar sua décima Copa América.

Com pouca margem de erro para se classificar às quartas de final, o Brasil não pode tropeçar nos próximos jogos da fase de grupos: contra o Paraguai, na próxima sexta-feira, em Las Vegas (Nevada), e contra a Colômbia, no dia 1º de julho, em Santa Clara (Califórnia).

Uma derrota para os paraguaios, que caíram diante dos colombianos na estreia (2 a 1), pode ser fatal.

"Temos que melhorar, eu sei que devo melhorar", reconheceu Vini. "Como eu falei antes, treinador novo, jogadores novos. Claro que a torcida quer resposta imediata, mas vamos pouco a pouco, no próximo jogo atuaremos melhor".

raa/ol/cb/dd

compartilhe