O gol do Paraguai nos acréscimos em uma partida em que a Colômbia dominava veio após erros na saída de bola da defesa, com uma falha de comunicação entre zagueiros e laterais. Os colombianos sabem disso e vão corrigir em seu caminho para tentar conquistar a segunda Copa América de sua história. 

"Perdemos bolas na saída (…) Acho que a dificuldade que tivemos foi quando, na saída ou em triangulações curtas, perdíamos a bola e eles saíam com lançamentos longos, cortavam linhas e às vezes dificultavam pelas costas dos laterais avançados da Colômbia", explicou o técnico Néstor Lorenzo. 

No primeiro tempo, o argentino teve que mudar o miolo da zaga após uma lesão de Jhon Lucumí, optando por Jerry Mina, em parceria com Davinson Sánchez. 

A chegada do ataque paraguaio encontrou a segunda trave de Camilo Vargas desprotegido. Mina derrubou Ramón Sosa, que já estava marcado por Daniel Muñoz. Do outro lado, Johan Mojica ainda não havia retornado do ataque. Sosa cruzou exatamente para aquele espaço sem defesa. Sánchez pulou, mas não conseguiu alcançar. O perigoso paraguaio Julio Enciso recebeu e tocou para a direita. 

Porém, Lorenzo acredita que Mojica e Mina fizeram um bom jogo. 

"Às vezes a bola desacelerava demais e isso não nos favoreceu. Quando há pouco espaço e a pressão é bem feita como fez o Paraguai, a precisão em velocidade é fundamental para sair da pressão e nos faltou um pouco disso", argumentou. "O passe tem que ser mais firme e às vezes é preciso quebrar a linha, para frente", acrescentou. 

Lorenzo justificou parte desses problemas apontando o estado do campo do NRG Stadium, em Houston, no Texas, que em alguns momentos não permitia que a bola quicasse. Reclamações semelhantes foram ouvidas de outros jogadores e treinadores em diferentes estádios que sediarão esta Copa América.

- Pés no chão -

Apesar do detalhe, a vitória por 2 a 1 sobre o Paraguai, em duelo do Grupo D, faz com que a torcida continue a colocá-los como favoritos à conquista do troféu neste torneio realizado nos Estados Unidos. Mais uma vez, Lorenzo coloca os pés no chão.

"Tentamos não fazer disso uma mochila nem um fardo, simplesmente o que dizemos aos rapazes é que devemos estar fazendo algo bem e continuar no mesmo caminho, que é um orgulho ser indicado como candidato, mas não achamos nada, acreditamos no próximo jogo, nada mais. Essa é a melhor maneira de lidar com isso", disse ele. 

O próximo duelo será na sexta-feira, no State Farm Stadium, em Glendale, no Arizona, contra a aguerrida Costa Rica, que fechou o gol contra o Brasil.

- James e Lucho -

No ataque, por enquanto Lorenzo parece ter tudo mais claro. Conta com James Rodríguez que se transforma quando joga pela sua seleção e que foi vital para a vitória. Ele confia que seus atacantes, que ainda não marcaram, desencantem. 

A primeira assistência de James foi pela esquerda, para o gol de cabeça de Muñoz. Depois, para Jefferson Lerma, o cruzamento com bola parada veio da direita.

"O James está sempre atento para chegar. Além de ter força para fazer o percurso, ele lê bem o jogo. Às vezes dizíamos para ele não ir tão longe, porque também precisávamos ter a bola um pouco mais atrás, para ter a posse", explicou. 

"Quanto ao gol do Lerma. O James tem uma luva no pé, ele coloca a bola muito bem. Se treinam lances de bola parada, pode dar certo ou não. Eles marcavam na zona e o lema era passar na frente do homem da zona. Lerma pula muito bem", considerou Lorenzo. 

Em relação a Luis Díaz, estrela do Liverpool, o técnico pediu paciência. 

"Lucho é um jogador cujo ideal é enfrentar o adversário no mano a mano. Ele fez jogadas muito bonitas, mas não conseguiu finalizá-las. Graças a Deus vencemos e quando o gol sair vai ser o gol da vitória, com certeza", considerou. 

"Eles (seus jogadores) estão bem, os meninos estão concentrados. Têm uma humildade impressionante, sabem que vamos jogo a jogo e que temos que trabalhar em cada jogo", considerou.

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