O presidente queniano, William Ruto, anunciou nesta quarta-feira (26) a retirada de um projeto de lei legislativo para aumentar os impostos que provocou protestos violentos nos quais mais de 20 pessoas morreram na terça-feira (25).
“Depois de ouvir atentamente o povo do Quênia (…), desisto e não assinarei a lei de finanças de 2024, que será portanto retirada”, anunciou Ruto em coletiva de imprensa. “O povo falou”, acrescentou.
Pelo menos 22 pessoas morreram em protestos na terça-feira, informou a agência de direitos humanos do país da África Oriental.
Os manifestantes também forçaram os cordões policiais em Nairóbi, a capital, e entraram nas instalações do Parlamento, um acontecimento sem precedentes desde a independência desta antiga colônia britânica, em 1963.
Saques e incêndios de edifícios também foram relatados em Nairóbi e em outras cidades.
O governo ordenou o envio do exército e o presidente Ruto prometeu, à noite, reprimir a “violência e a anarquia”.
O movimento “Ocupar o Parlamento” surgiu nas redes sociais após a apresentação, em 13 de junho, do projeto orçamental 2024-2025 que previa a introdução de novos impostos como um IVA de 16% sobre o pão e uma taxa anual de 2,5% sobre veículos particulares.
O governo alegou que estas taxas eram necessárias para dar margem de manobra ao país altamente endividado.
No dia 18 de junho, o governo anunciou a retirada da maior parte das medidas, mas o movimento exigiu a eliminação total e convocou na terça-feira novas marchas para esta quarta.
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