O presidente da Rússia, Vladimir Putin, declarou nesta sexta-feira (28) que seu país deveria começar a produzir mísseis de médio e curto alcances proibidos por um tratado com os Estados Unidos que já não está mais em vigor.

"Parece que devemos começar a produzir esses sistemas de bombardeio", assinalou o presidente russo em uma reunião com funcionários de segurança do alto escalão.

Em sua declaração, Putin se referia a mísseis com alcance de entre 500 e 5.500 quilômetros, que estavam submetidos a controles em virtude de um acordo que datava do final da Guerra Fria.

Em 2019, os Estados Unidos se retiraram do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (INF, na sigla em inglês), alegando que Moscou não o respeitava.

À época, a Rússia garantiu que cumpriria uma moratória sobre a produção dessas armas se os americanos não as posicionassem a uma distância que pudessem atingir o território russo.

Putin afirmou hoje que os Estados Unidos começaram a usar esse tipo de míssil recentemente, durante exercícios de treinamento na Dinamarca.

"Devemos agir diante disso e tomar decisões sobre o que devemos fazer em seguida neste contexto", disse.

E, "em função da realidade da situação, tomaremos decisões sobre onde posicioná-los para nossa segurança", acrescentou.

Diversos tratados firmados durante a Guerra Fria entre Washington e Moscou para limitar a corrida nuclear foram rescindidos nos últimos anos.

A Rússia suspendeu no ano passado sua participação no tratado Novo START sobre armamento nuclear estratégico.

Os Estados Unidos, por sua vez, entregaram à Ucrânia mísseis de curto alcance para apoiá-la diante da invasão russa, iniciada em fevereiro de 2022.

No mês passado, os Estados Unidos levantaram parcialmente a proibição à Ucrânia para o uso dessas armas contra alvos em território russo.

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