Milhares de pessoas protestaram neste sábado (29) nas cidades andaluzas de Málaga e Cádiz, no protesto mais recente na Espanha contra o turismo de massas, que os manifestantes culpam pela falta de moradia acessível. 

Sob o lema “Málaga para viver, não para sobreviver”, o protesto nesta cidade de 570 mil habitantes foi convocado por cinquenta associações locais. 

Com faixas que diziam “Proibição de habitação turística”, ou “Salário 1.300, aluguel 1.100, como viver?”, os manifestantes percorreram o centro histórico desta cidade andaluza à beira-mar, onde Picasso nasceu em 1881 em uma casa que constitui uma das suas principais atrações turísticas.

“A cidade tornou-se um parque de atrações”, explicou Quique, um manifestante de 26 anos, à AFP, lamentando que “as casas turísticas tenham substituído de forma irregular as casas habituais”.

Málaga é a província da Espanha com maior número de casas para uso turístico, 39.000, segundo o Instituto Nacional de Estatística (INE). 

A cidade tornou-se muito popular entre turistas e trabalhadores estrangeiros expatriados graças às suas dezenas de praias e a uma oferta cultural que tem Picasso como principal ímã. 

A província de Málaga recebeu 8,3 milhões de visitantes em 2022, segundo dados do governo regional andaluz, 56% a mais que no ano anterior, quando ainda vigoravam restrições de viagens no mundo devido à pandemia de covid-19.

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