O líder supremo do Irã, aiatolá Ali Khamenei, pediu nesta quarta-feira (3) aos iranianos que votem no segundo turno das eleições presidenciais de sexta-feira e afirmou que a abstenção histórica no primeiro turno não foi um ato "contra o sistema". 

O candidato reformista Masud Pezeshkian e o ultraconservador Saeed Jalili disputarão a presidência do Irã no dia 5 de julho. Eles foram os mais votados no primeiro turno, na semana passada, em eleições antecipadas devido à morte do presidente Ebrahim Raisi em um acidente de helicóptero em maio.

Apenas 40% dos 61 milhões de eleitores votaram no primeiro turno, a menor taxa de participação em uma eleição presidencial desde a Revolução Islâmica de 1979. 

O aiatolá Khamenei declarou que é "completamente errado pensar que aqueles que não votaram no primeiro turno estão contra o sistema", em um vídeo exibido pela televisão estatal. Mas a "participação não foi a esperada", acrescentou Khamenei, que representa o cargo mais importante na estrutura política e religiosa do Irã.

Pezeshkian obteve 42,2% dos votos, enquanto Jalili, que participou das negociações internacionais sobre o programa nuclear iraniano, ficou em segundo lugar com 38,6%.

Como nenhum dos candidatos obteve mais de 50% dos votos, um segundo turno será realizado na sexta-feira. 

"O segundo turno das eleições presidenciais é muito importante", insistiu Khamenei, apelando a uma maior participação. 

A eleição acontece em um momento de tensões crescentes na região devido à guerra na Faixa de Gaza, às disputas com as potências ocidentais sobre o programa nuclear iraniano e ao descontentamento popular sobre a situação econômica do país, afetado por sanções internacionais.

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