Uma megaoperação internacional contra o narcotráfico, da qual participaram 62 países, entre os quais o Brasil, resultou na apreensão de 400 toneladas de drogas em um mês e meio de ofensiva militar, informou a Marinha colombiana nesta quarta-feira (3).

A décima terceira edição da campanha naval Orión, da qual participaram agências de segurança de África, América, Ásia, Europa e, pela primeira vez, da Oceania, deixou "números históricos de apreensão de narcóticos", segundo um boletim oficial.

"Foram apreendidas 196 toneladas de cocaína, além de 164 toneladas de maconha, 41 toneladas de haxixe e 80.000 cápsulas de meta-anfetaminas, em coordenação com países como Brasil, Alemanha, Coreia do Sul, Estados Unidos, Espanha e México, informou a Marinha.

Além disso, foram interceptados 112 embarcações, 211 veículos, nove semi-submersíveis - dois deles pela primeira vez na Guiana - e cinco aeronaves.

A operação Orión, executada em fases curtas desde 2018, apreendeu no ano passado 195 toneladas de cocaína e 176 de maconha.

"Estes resultados da Orión impactam diretamente a saúde pública mundial" e atingiram a economia do narcotráfico em 18,7 trilhões de dólares (104 trilhões de reais, na cotação atual), segundo a Marinha.

Na Colômbia, principal produtor de cocaína do mundo, aumentaram em quase 13% os cultivos de folha de coca em 2022, chegando ao recorde de 230.000 hectares, segundo o último relatório disponível da ONU.

O país reduziu este ano sua meta de erradicação de cultivos de coca de 20.000 hectares para 10.000. 

Gustavo Petro, primeiro presidente de esquerda do país, propôs uma mudança de abordagem na luta contra as drogas que a Colômbia trava com financiamento dos Estados Unidos, principal mercado da cocaína sul-americana.

O presidente pediu à força pública para se concentrar na apreensão de grandes cargas de drogas, ao invés de perseguir pequenos plantadores e consumidores.

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