A Venezuela precisa realizar eleições "livres" e o "perdedor" deve aceitar os resultados para que o país retome a normalidade política e possa se livrar das sanções internacionais, afirmou nesta quarta-feira (3) a embaixadora Gisela Padovan, secretária de América Latina e Caribe do Itamaraty.
"Os venezuelanos precisam fazer, digamos, a parte deles, que são as eleições. Nós estamos trabalhando, conversando, contribuindo com o que é possível para que as eleições (...) sejam reconhecidas principalmente pelos próprios venezuelanos", declarou Padovan.
"Fundamental é que o perdedor, quem quer que seja, reconheça o vencedor, essa é a base de qualquer eleição. Então isso é muito importante, sem isso não haverá levantamento de sanções, não haverá normalização da situação", acrescentou a embaixadora.
O Brasil também defende o retorno do país vizinho ao Mercosul, do qual está suspenso desde 2017 devido à "ruptura da ordem democrática".
O presidente venezuelano, o esquerdista Nicolás Maduro, busca um terceiro mandato de seis anos nas eleições de 28 de julho, enquanto várias pesquisas indicam vantagem para o candidato da oposição, Edmundo González, que substituiu María Corina Machado, que foi impedida de concorrer pela justiça eleitoral.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, aliado de Maduro, tem criticado as restrições impostas à oposição pela autoridade eleitoral venezuelana, alinhada ao governo, e pediu maior observação internacional após a União Europeia (UE) ter sido impedida de monitorar as eleições.
No entanto, Lula também tem defendido o levantamento das sanções internacionais contra a Venezuela.
Padovan reiterou a expectativa de que uma ampla presença de observadores "reforçaria a garantia de que as eleições sejam livres e transparentes".
Não se espera que a atual situação eleitoral na Venezuela seja incluída na declaração da cúpula do bloco sul-americano na próxima segunda-feira em Assunção.
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