A líder ultradireitista Marine Le Pen assegurou, nesta quinta-feira (4), que seu partido, Reagrupamento Nacional (RN), e seus aliados ainda podem conquistar a maioria absoluta nas eleições legislativas, apesar dos acordos de seus rivais para frear sua chegada ao poder. 

"Acredito que ainda há capacidade para ter uma maioria absoluta se o eleitorado fizer um último esforço para conseguir o que quer", declarou Le Pen em uma entrevista à rede BFMTV, a três dias do segundo turno das legislativas. 

Sua legenda e seus aliados conseguiram um terço dos votos durante o primeiro turno realizado em 30 de junho, à frente da coalizão de esquerda Nova Frente Popular (NFP, 28%) e da aliança de centro-direita do presidente Emmanuel Macron (20%). 

Para evitar uma maioria absoluta da extrema direita, que abriria a porta para sua chegada ao poder pela primeira vez desde a Libertação da França da Alemanha nazista, a esquerda e a base governista construíram uma "frente republicana". 

A frente implica na retirada do candidato "republicano" com menos chances de ganhar naquelas circunscrições nas quais se classificaram para o segundo turno candidatos das duas alianças, ao lado da ultradireita. 

"O grande sonho de Emmanuel Macron é o partido único (...) daqueles que querem conservar o poder contra a vontade do povo", criticou Marine Le Pen, para quem os eleitores de seu partido "são tratados como párias". 

Perguntada sobre os candidatos do RN acusados nos últimos dias por suas declarações racistas ou antissemitas, diferenciou "entre comentários inadmissíveis que certamente levarão a punições" e "comentários torpes" diante de uma imprensa "inquisidora". 

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