Threads, a mais recente adição ao grupo Meta, completa seu primeiro ano nesta sexta-feira (4) com 175 milhões de usuários mensais, os quais tenta convencer a permanecerem mais tempo na plataforma, enquanto luta para encontrar seu espaço em um ecossistema virtual já saturado.
"Threads agora tem mais de 175 milhões de usuários ativos por mês. Que ano incrível!", disse Mark Zuckerberg, chefe do Meta, na última quarta-feira, em um reconhecimento a Adam Mosseri, chefe do Instagram e Threads, e suas equipes de trabalho.
Em julho de 2023, enquanto muitos usuários e anunciantes abandonavam o Twitter, transformado em X por Elon Musk, o Threads experimentou um começo brilhante.
O aplicativo foi baixado mais de 100 milhões de vezes em poucos dias, em parte devido ao registro extremamente simples no Instagram. No entanto, a atividade dos usuários diminuiu rapidamente.
"175 milhões é um número alto. Mas isso não necessariamente reflete quantas pessoas usam o serviço diariamente ou quanto tempo dedicam a ele", reconhece Jasmine Enberg, analista da consultoria Emarketer.
Em uma entrevista ao boletim digital Platformer, Adam Mosseri expressou estar "orgulhoso" do progresso constante em métricas importantes de audiência, como o tempo gasto nesta rede social diariamente.
No entanto, ele reiterou sua ambição de "construir a melhor plataforma para compartilhar ideias online".
"Isto significa ficar maior que o X (ex-Twitter). Vai levar tempo, mas eu me considerarei um fracasso se não conseguirmos", afirmou.
- X resiste -
O X atingiu 600 milhões de usuários mensais e 300 milhões de usuários diários em maio passado, segundo Elon Musk.
Esses números geram dúvidas entre os analistas, mas mostram o longo caminho que o Threads ainda tem pela frente.
"Quando o Threads foi lançado, o X estava enfrentando problemas. No entanto, tem se saído surpreendentemente bem", observou Debra Aho Williamson, da consultoria Sonata Insights.
Ao contrário do Twitter e do X, a Meta não incentiva a disseminação de conteúdo político que possa acirrar os ânimos e afastar parte do público. Portanto, mensagens políticas de contas não seguidas pelos usuários ficam ocultas por padrão.
"A questão é, por exemplo, o conflito em Gaza. Realmente queremos mostrar a pessoas opiniões muito fortes, seja a favor de Israel ou da Palestina, vindo de uma conta que elas não escolheram seguir?", questionou Adam Mosseri no Platformer.
Ele reconheceu que essa abordagem poderia "atrair mais atenção", mas considerou que não valia a pena devido aos "riscos" e à "raiva" potencial que poderia gerar entre os usuários.
- "Taylor Swift" -
Para consolidar o Threads, o grupo americano aposta em debates culturais ou esportivos.
"Minhas filhas querem que eu mencione que Taylor Swift está agora no Threads", brincou Mark Zuckerberg durante uma conferência sobre os resultados financeiros do Meta.
Essa observação do chefe do Meta "demonstra claramente a necessidade de posicionar o aplicativo como culturalmente relevante", opinou Enberg.
No entanto, no final das contas, são os usuários que moldam a identidade de uma plataforma, explicou.
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