A Espanha, única seleção que venceu todos os quatro jogos que disputou na Euro-2024, enfrenta a Alemanha, anfitriã do torneio e em seu melhor momento, pelas quartas de final nesta sexta-feira às 13h00 (horário de Brasília), em Stuttgart, numa partida que é vista por muitos como uma 'final antecipada'.

Quando o torneio começou, há mais de duas semanas, a 'Roja' e a 'Mannschaft', únicas tricampeãs europeias, começaram como candidatas ao título, mas não como franca favoritas, com a maioria apostando em França e Inglaterra.

Os jogadores comandados pelos técnicos Luis de la Fuente e Julian Nagelsmann têm se afirmado com base em boas exibições, com um futebol atrativo, gols e equilíbrio entre jogadores experientes e jovens promissores.

Uma dessas joias, Lamine Yamal, teve que passar nos exames do ensino secundário à distância... e na sexta-feira terá em campo o desafio mais difícil até agora no âmbito esportivo.

A Espanha enfrentará o fortalecido time de Nagelsmann, com espaço para o talento de Jamal Musiala, um dos artilheiros do torneio com três gols aos 21 anos, enquanto a lenda Toni Kroos controla o ritmo da partida no meio de campo.

Este pode ser asfixiante como foi contra a Escócia (5-1) e a Hungria (2-0), mas também contido, como em alguns momentos do empate contra a Suíça (1-1) ou no jogo das quartas de final contra a Dinamarca (2-0).

E, ao contrário de outras grandes seleções com problemas nas finalizações, vários jogadores alemães têm se mostrado prolíficos diante da baliza, como Kai Havertz e Niclas Füllkrug, com dois gols cada.

- Sem "suores frios" contra Williams e Yamal -

São dados que não intimidam a 'Roja', que, ao disputar o 'Grupo da Morte' junto com Croácia e Itália, conseguiu fazer uma campanha 100%, com três vitórias em três jogos, e reagiram rapidamente ao gol sofrido diante da Geórgia nas oitavas de final (4-1).

Se os alemães têm Kroos, a Espanha confia em Rodri, brilhante contra os georgianos e essencial para a liberdade dos homens do ataques.

Homens... ou meninos. Com duas assistências e inúmeros dribles, Yamal, de 16 anos, responde às expectativas geradas em torno de si, enquanto Nico Williams, de 21 anos e autor de um golaço contra a Geórgia, confirma na Eurocopa a maturidade já mostrada pelo Athletic Bilbao na última temporada.

"Com Williams e Yamal, eles têm dois grandes dribladores que vão dar muito trabalho a Jo [Kimmich, lateral direito] e a mim", disse na segunda-feira o lateral-esquerdo alemão David Raum, que apesar disso não se intimida. 

"Não tenho suores frios e não creio que haja alguém que tenha", declarou o lateral do RB Leipzig.

- 'Aposentar' Kroos -

Kroos, que disputa as últimas partidas na Alemanha antes de pendurar definitivamente as chuteiras, poderá jogar os últimos minutos contra vários dos seus companheiros do Real Madrid, clube onde adquiriu status de lenda. 

"Esperamos aposentar Toni na sexta-feira", disse na quarta-feira Joselu, um de seus companheiros de equipe no vestiário 'merengue' na temporada passada, fechada com títulos de LaLiga e da Liga dos Campeões.

"Não sinto que este será o meu último jogo e farei tudo o que estiver ao meu alcance para garantir que isso não aconteça", respondeu o meia de 34 anos, na concentração da Alemanha.

Em Stuttgart, cidade natal de Joselu, a 'Mannschaft' contará com o público e as estatísticas a seu favor: a Espanha nunca venceu o país anfitrião de um grande torneio.

Com a ideia de quebrar essa maldição, os espanhóis lutarão pela classificação para as quartas semifinais nas últimas cinco edições, numa reedição da final de 2008 (vencida pela Espanha por 1 a 0) da qual o vencedor sairá reforçado como o principal favorito a vencer o torneio e se tornar assim o primeiro tetracampeão da história da Eurocopa.

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