O Vaticano anunciou nesta sexta-feira (5) que excomungou um arcebispo italiano ultraconservador por rejeitar a autoridade do papa Francisco. 

Carlo Maria Vigano, de 83 anos, que foi citado em junho ante a Justiça da Santa Sé, foi excluído da Igreja Católica por "sua negativa em reconhecer e submeter-se ao sumo pontífice", afirmou o Dicastério para a Doutrina da Fé em um comunicado.

"Conhecemos suas declarações públicas que mostram a negativa (...) de comunhão com os membros da Igreja", afirmou. 

Esta medida excepcional pode ter um forte impacto nos círculos ultraconservadores, especialmente nos Estados Unidos, onde a oposição ao pontificado do papa argentino é forte. 

Este influente prelado italiano, que foi embaixador da Santa Sé nos Estados Unidos, anunciou ter sido citado em 20 de junho ante a Justiça do Vaticano, acusado de ter "negado a legitimidade do papa Francisco" e "rejeitado o Concílio Vaticano II". 

"Repudio, rejeito e condeno os escândalos, os erros e a heresias de Jorge Mario Bergoglio [o papa Francisco], que tem uma gestão do poder absolutamente tirânico", disse então. 

"Considero que as acusações apresentadas contra mim são um horror", afirmou na rede social X. 

O Concílio Vaticano II (1962-65), considerado como a adaptação da Igreja ao mundo moderno, "representa o câncer ideológico, teológico, moral e litúrgico do qual a Igreja 'Bergogliana' Sinodal é a metástase necessária", escreveu então.

Vigano foi núncio apostólico, o equivalente ao embaixador da Santa Sé em Washington, de 2011 a 2016, antes de se aposentar. É conhecido por suas repetidas acusações ao papa e suas posições contra sua autoridade.

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