O Ministério da Cultura francês emitiu neste sábado (6) uma ordem proibindo a exportação de um par de pistolas que pertenceram a Napoleão I, com as quais ele tentou cometer suicídio. O leilão dos itens está marcado para domingo.

As duas armas deverão “integrar as coleções nacionais juntamente com o sabre conhecido como dos imperadores, que foi oferecido ao mesmo tempo pelo Imperador recém-deposto ao general Caulaincourt", disse o ministério na ordem.

"Este conjunto de bens representa um grande interesse para o patrimônio nacional do ponto de vista histórico e artístico, e deve ser considerado como um tesouro nacional", afirmou a Comissão Consultiva dos Tesouros Nacionais no boletim oficial, que apoia a recusa do certificado de exportação.

A decisão ocorre um dia antes de as casas de leilão Osenat e Rossini colocarem à venda essas duas pistolas, que foram de propriedade de Napoleão Bonaparte até sua primeira abdicação.

"Estima-se que estas duas pistolas de percussão, com incrustações de ouro e prata, que reproduzem o perfil do imperador, alcançarão um preço entre 1,2 e 1,5 milhões de euros" (7,1 a 8,9 milhões de reais), indicou à AFP o especialista Jean-Pierre Osenat.

Após ser derrotado na campanha da França e durante sua primeira abdicação, Bonaparte tentou suicidar-se na noite de 12 para 13 de abril de 1814 com essas pistolas, mas o general e marquês de Caulaincourt havia removido a pólvora delas, explicou Osenat.

"O imperador presenteou as duas pistolas e uma espada a Caulaincourt em memória de sua lealdade naqueles dias sombrios. Desde então, permaneceram nas mãos de sua família, que decidiu se desfazer delas", acrescentou o especialista.

De acordo com o site do Ministério da Cultura, “um bem cultural classificado como tesouro nacional só pode sair temporariamente da França, com retorno obrigatório".

Quando um certificado de exportação é recusado, inicia-se um período de 30 meses durante o qual as autoridades francesas podem fazer uma oferta de compra ao proprietário da obra, que tem o direito de rejeitá-la. Se o governo francês optar por não comprar, a obra pode então sair do país.

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