O presidente da Argentina, Javier Milei, poupou seu colega Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e optou por um discurso mais contido neste domingo (7) durante a Cpac, conferência conservadora realizada em Balneário Camboriú (SC).
Em pronunciamento lido a uma plateia lotada de ativistas de direita, e com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no palco, Milei discorreu sobre os males do socialismo e denunciou a oposição a suas reformas econômica na Argentina. Para a diplomacia brasileira, que vinha prometendo reagir nos bastidores a provocações, é um alívio.
"Em nome da justiça social, os socialistas cometeram atrocidades, inventando mercados cativos para empresários amigos, violaram direitos fundamentais de uns e outros", afirmou.
Ele subiu ao palco como um rockstar, balançando os braços freneticamente, mas o que se viu em sua fala foi anticlimático para quem esperava uma performance no mesmo tom. De maneira sintomática, ficou impávido quando a multidão entoou o grito de "Lula ladrão, seu lugar é na prisão".
As únicas referências mais diretas ao Brasil foram feitas de passagem. Em determinado momento, citou "a perseguição judicial que sofre nosso amigo Jair Bolsonaro aqui". Nominalmente, fez referência ao ditador da Venezuela, Nicolás Maduro, e ao ex-presidente da Bolívia Evo Morales. Também repetiu a acusação, sem provas, de que o presidente boliviano, Luis Arce, teria tentando engendrar um autogolpe.
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Milei ainda defendeu as reformas econômicas que vem promovendo no país e criticou a oposição por tentar impedi-las. "Vamos sair da miséria com ou sem apoio dos socialistas. Temos o compromisso indeclinável de cumprir com a vontade da maioria dos eleitores", disse.
"Não passarão, não conseguirão, vamos levar o país adiante", bradou.