A Organização Mundial de Saúde alertou, nesta quinta-feira (11), que a sua capacidade de gerir o risco que o vírus da gripe aviária H5N1 representa para os seres humanos está comprometida por uma vigilância irregular.
Na semana passada, a OMS informou que os Estados Unidos notificaram um quarto caso humano de gripe aviária H5N1 devido ao contato com vacas leiteiras infectadas. Além disso, o Camboja notificou dois casos em crianças que tiveram contato com galinhas doentes ou mortas.
“Neste momento não foi reportada qualquer transmissão entre humanos, razão pela qual a OMS continua a avaliar o risco para o público em geral como baixo”, disse o chefe da agência de saúde da ONU, Tedros Adhanom Ghebreyesus.
“No entanto, a nossa capacidade de avaliar e gerir esse risco está comprometida pela vigilância limitada dos vírus da gripe em animais em todo o mundo”, acrescentou em conferência de imprensa.
“Compreender como estes vírus se propagam e sofrem mutações nos animais é essencial para identificar quaisquer alterações que possam aumentar o risco de surtos em humanos, ou a eventualidade de uma pandemia”, insistiu.
A OMS apelou a todos os países para que intensifiquem a vigilância e a notificação da gripe em animais e humanos, assim como para que compartilhem amostras e sequências genéticas.
Também pediu uma maior proteção dos trabalhadores agrícolas que possam estar expostos a animais infectados e o aumento da pesquisa sobre a gripe aviária.
A gripe H5N1 surgiu pela primeira vez em 1996, mas desde 2020 o número de surtos em aves cresceu exponencialmente, juntamente com um aumento no número de mamíferos infectados.
O vírus causou a morte de dezenas de milhões de aves, além de infectar aves silvestres e mamíferos terrestres e marinhos.
Os casos humanos registrados na Europa e nos Estados Unidos desde o surto do vírus foram, na sua maioria, breves.
O H5N1 tem se espalhado entre rebanhos de vacas leiteiras nos Estados Unidos, agora com quatro casos da doença passando do gado para as pessoas.
rjm/nl/mab/eg/jmo/aa