Três anos depois dos protestos históricos de 11 de julho de 2021 em Cuba, o governo da ilha continua o "assédio" e a "repressão" contra as vozes dissidentes, denunciaram ativistas e opositores nesta quinta-feira (11).

Em Cuba, "o Estado reprime violentamente os cidadãos para impedir o exercício de direitos que estão inclusive consagrados na Constituição", como os de "expressão, liberdade de movimento, liberdade de associação", disse no YouTube a intelectual cubana Alina Bárbara López, de 58 anos, atualmente "em prisão domiciliar", conforme afirmou.

Em sua denúncia, López insistiu que "as prisões cubanas estão hoje cheias de presos políticos (...) cujas condições nem sequer são reconhecidas".

Quase 200 pessoas, a maioria intelectuais e artistas, entre eles o cantor e compositor argentino Fito Páez e o romancista cubano Leonardo Padura, assinaram recentemente uma declaração que denuncia a "repressão" desencadeada contra esta intelectual no dia 18 de junho, quando se dirigia a um protesto em Havana.

Segundo a organização de direitos humanos Cubalex, sediada em Miami, ativistas e dissidentes foram alvo de "assédio e ameaças" por parte da "Segurança de Estado" esta semana.

Nos dias 11 e 12 de julho de 2021, milhares de pessoas se manifestaram no país a favor da liberdade e denunciando a fome na ilha, nos maiores atos registrados desde a Revolução Cubana em 1959.  

Segundo dados oficiais de Havana, que acusa Washington de ter orquestrado as manifestações, cerca de 500 participantes foram condenados a penas de até 25 anos de prisão.  

Estimativas do grupo Justicia11J, com sede no México, afirmam que 607 pessoas continuam presas.

O governo cubano nega a existência de presos políticos e acusa os opositores de serem "mercenários" dos Estados Unidos.

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