O espanhol Carlos Alcaraz, de 21 anos, que conquistou sua primeira vitória em Wimbledon em 2023 ao derrotar o sérvio Novak Djokovic, de 37, na final, buscará no domingo seu segundo título londrino contra o mesmo adversário, em um duelo de gerações. 

'Djoko', por sua vez, tentará elevar para 25 o seu recorde de títulos de Grand Slam e ao mesmo tempo igualar os oito triunfos do suíço Roger Federer na grama londrina.

O vencedor do torneio receberá o troféu, segundo a imprensa inglesa, da princesa de Gales Kate Middleton, que estará presente na final, em sua segunda aparição pública desde que foi diagnosticada, em março, com câncer, cujos detalhes são desconhecidos. 

Alcaraz, em caso de vitória, igualará também o número de títulos em Wimbledon do seu compatriota Rafael Nadal, vencedor do torneio londrino em 2008 e 2010. 

A vitória significaria também o quarto título de Grand Slam do espanhol, que venceu o Aberto dos Estados Unidos em 2022, Wimbledon em 2023 e Roland Garros em 2024.

- Djokovic e seu joelho -

Depois da derrota na final do ano passado, o sérvio espera desta vez dar o troco em Alcaraz. 

"Ele é merecidamente um dos melhores jogadores de 21 anos que já vimos neste esporte. Ele vai ganhar muitos outros Grand Slams. Mas espero que seja depois deste domingo", disse Djokovic antes da final. 

Djokovic, segundo cabeça-de-chave do torneio, surpreendeu ao chegar à final de Wimbledon apenas cinco semanas depois de passar por uma cirurgia no joelho. 

Apesar desta desvantagem física, Alcaraz prefere se manter cauteloso. 

"Pela questão do joelho, talvez me coloquem como favorito, mas se ele está na final é porque está em alto nível. Não me vejo como favorito. Vai vencer quem jogar melhor na partida e quem lidar melhor com as situações que surgirem", disse Alcaraz neste sábado.

O espanhol venceu em quatro sets nas semifinais o russo Daniil Medvedev, quinto cabeça-de-chave, que já havia eliminado o primeiro cabeça-de-chave e atual líder do ranking da ATP, o italiano Jannik Sinner. 

Contra Medvedev, Alcaraz correu riscos em algumas ocasiões, o que o levou a cometer erros não forçados e a perder o primeiro set para o russo. 

"Eu deveria jogar com mais segurança. Às vezes procuro aquele ponto divertido, que me ajuda a relaxar e é aí que jogo meu melhor tênis. Com o passar dos anos posso amadurecer, mas agora quero continuar aproveitando a diversão e as jogadas complicadas", disse ele depois de derrotar Medvedev. 

Em caso de vitória em Wimbledon, onde disse após algumas partidas ter problemas para controlar o nervosismo, Alcaraz conquistará o segundo Grand Slam deste ano, depois de ter vencido em Roland Garros. 

"Em Roland Garros não tive os nervos que tive aqui. Controlei melhor. Mas jogar na quadra central de Wimbledon gera mais nervosismo. Às vezes, se são bons, são necessários, mas se você não sabe como controlá-los bem, eles vão contra você", indicou.

- "Domingo histórico" -

A final de Wimbledon será disputada pouco antes de a Espanha enfrentar a Inglaterra na decisão da Eurocopa de futebol, em Berlim. 

"A verdade é que adoraria fazer parte de um domingo histórico para o esporte espanhol", disse Alcaraz.

Já Djokovic, que detém o recorde de títulos de Grand Slam masculino, com 24, o mesmo número da australiana Margaret Court no feminino, tentará acrescentar à sua galeria de troféus mais um de torneio 'major', que seria o seu 99º título da ATP. 

"É uma grande motivação, mas ao mesmo tempo também gera muita pressão e expectativas", disse o sérvio, que venceu o jovem italiano Lorenzo Musetti, de 22 anos, nas semifinais. 

"Toda vez que entro em quadra agora, mesmo tendo 37 anos e competindo com jogadores de 21, ainda espero vencer a maioria das partidas, e as pessoas esperam que eu ganhe 99% das partidas que disputo", disse o sérvio neste sábado.

psr/mcd/aam