O ministro palestino encarregado dos prisioneiros, Qadoura Fares, acusou nesta segunda-feira (15) Israel de travar uma "guerra de vingança" contra os palestinos encarcerados durante a guerra em Gaza, denunciando o uso generalizado de tortura.

Fares, que dirige o Departamento de Assuntos dos Detidos, denunciou "crimes cometidos contra os prisioneiros", que segundo ele são tratados como "reféns".

"Israel trava uma guerra de vingança contra os prisioneiros dentro dos muros das prisões e dos centros de detenção", afirmou Fares em uma coletiva de imprensa em Ramallah, sede da Autoridade Palestina na Cisjordânia ocupada.

Consultado a respeito pela AFP, o Exército israelense disse que "rejeita categoricamente as denúncias sobre maus-tratos sistemáticos de presos" na Faixa de Gaza.

O advogado do departamento palestino, Khaled Mahajneh, denunciou atos de tortura, incluindo "estupros" e violência "psicológica" contra os detidos, de acordo com os relatos dos presos de Gaza que ele visitou na prisão militar israelense de Ofer, na Cisjordânia.

Mahajneh citou o testemunho do jornalista Mohammed Arab, do jornal em inglês Al Araby Al Jadeed, que contou que no centro de detenção de Sde Teiman, no sul de Israel, viu um prisioneiro forçado pelos carcereiros a "deitar-se de bruços completamente nu, e então introduziram uma mangueira de extintor em seu ânus e ativaram o aparelho".

O mesmo jornalista disse ter presenciado a morte de um preso que foi espancado enquanto estava algemado porque buscava atendimento médico, segundo o advogado.

Mahajneh citou outros casos de "tortura", como agressões sexuais e ataques de cães "contra prisioneiros com as mãos algemadas atrás da cabeça".

Acrescentou que os detidos estão longe de receber alimentação suficiente, são obrigados a fazer suas necessidades em vasos "abertos a todos em celas equipadas com câmeras e só são permitidos banhos de até um minuto".

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