Chamado de "Nostradamus dos pesquisadores", quando Frank Luntz fala de eleições, a classe política dos Estados Unidos senta e escuta.
Ele pode trabalhar por causas republicanas, mas o czar dos grupos focais utilizou seus talentos de prognóstico para uma ampla gama de políticos, redes de televisão e empresas da lista Fortune 500 durante décadas.
Ele acompanha a Convenção Nacional Republicana em Milwaukee, onde Donald Trump foi oficializado na segunda-feira como candidato à presidência, com o senador de Ohio J.D. Vance como candidato a vice-presidente. E ele afirma que a dupla provoca grande preocupação entre os democratas.
Em uma entrevista à AFP, Luntz analisou o que Vance traz para a campanha de Trump, a quatro meses das eleições em que Trump enfrentará, ao menos até o momento, o presidente Joe Biden.
- O que Vance oferece à candidatura Trump? -
- Claramente, terá um impacto em Ohio, mas Ohio está virando republicano de qualquer maneira. E a Pensilvânia? (onde Trump foi vítima de uma tentativa de assassinato) Não tenho certeza, porque Trump está conquistando esses votos por conta própria.
O que (escolher) J.D. Vance faz é oferecer continuidade. Mostra que, quando Trump terminar, haverá alguém para seguir seus passos. Isto é o número um.
E, número dois, Ohio é um dos estados mais importantes no Senado dos Estados Unidos – para controlar o Senado – e ter Vance na chapa é ótimo para o candidato republicano lá. Então, isto pode ter um impacto sobre quem vencerá o Senado em novembro.
E terceiro, ele é durão. O operário, essa classe trabalhadora – a compreensão dos eleitores que tradicionalmente eram democratas e que agora encontraram um espaço Donald Trump –, ele enfatiza isso. Ele escreveu sobre isso, tem o respaldo intelectual para o que Trump sente instintivamente.
- O que os eleitores buscam em um vice-presidente? -
- Alguém que possa assumir o cargo no primeiro dia, alguém que não seja muito diferente do presidente, porque ainda estão votando para presidente.
E alguém que leva seu trabalho a sério. E este é o problema da atual vice-presidente (Kamala Harris): muitas pessoas não acreditam que ela leva seu trabalho a sério.
- Se a eleição fosse hoje, qual seria o resultado? -
- Se as eleições acontecessem hoje, Donald Trump seria o próximo presidente. Mas as eleições não acontecem hoje. Temos uma convenção, os democratas têm uma convenção. Talvez... talvez, aconteça mais um debate. Mas Donald Trump está no controle, não apenas por causa das pesquisas, mas devido à intensidade.
Um simpatizante de Trump hoje será um eleitor de Trump em novembro. Joe Biden não pode fazer a mesma afirmação. Eles não têm o mesmo tipo de intensidade no lado democrata que os republicanos têm.
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