Duzentos policiais quenianos viajaram ao Haiti para integrar a missão apoiada pela ONU, que tem o objetivo de restabelecer a segurança no país caribenho abalado pela violência dos grupos criminosos, anunciaram fontes da força de segurança nesta terça-feira (16).

O país da região leste da África enviou quase 400 policiais no final de junho a Porto Príncipe, a capital do Haiti, como parte do total de mil integrantes das forças de segurança que devem ajudar a estabilizar a nação.

Porém, o compromisso assumido pelo presidente William Ruto, que enfrenta protestos internos contra seu governo, enfrenta desafios jurídicos persistentes no Quênia.

Uma fonte informou à AFP nesta terça-feira que "200 policiais viajaram durante a noite e devem chegar ao destino no Haiti esta manhã".

Outra fonte da polícia confirmou a informação e destacou que "em breve viajarão mais, até que tenhamos mil".

O Quênia lidera a missão multinacional de apoio à segurança no Haiti, que deve reunir 2.500 pessoas. Outros países como Bangladesh, Benin, Chade, Bahamas e Barbados também devem integrar o contingente.

- Obstáculos judiciais

A missão, com duração inicial de um ano, foi aprovada em outubro por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU, mas a implementação foi adiada após a decisão de um tribunal queniano em janeiro.

Segundo o tribunal, a decisão era inconstitucional porque o governo de Ruto não poderia enviar agentes ao exterior sem um acordo bilateral com o outro país.

Em seguida, um pequeno partido de oposição, Thirdway Alliance Kenya, apresentou uma nova ação contra a missão para tentar bloquear a iniciativa.

Embora o governo dos Estados Unidos tenha descartado enviar homens ao Haiti, Washington procurou de maneira intensa um país para liderar a missão e a apoia em termos econômicos e logísticos.

A ONG Human Rights Watch expressou temores sobre a missão e dúvidas sobre ou financiamento, enquanto outros observadores acusam a polícia queniana de uso excessivo da força e de execuções extrajudiciais.

Em julho, em um comunicado divulgado para desmentir a morte de sete agentes no Haiti, a polícia nacional afirmou que as forças mobilizadas foram "recebidas calorosamente" e estavam "em segurança".

"Estão trabalhando de maneira próxima com o anfitrião, a Polícia Nacional do Haiti, e fizeram um mapeamento estratégico das prováveis áreas de preocupação operacional. Também organizaram várias patrulhas conjuntas em Porto Príncipe", acrescentou a nota.

A violência que afeta o Haiti há vários anos foi agravada em fevereiro, quando grupos armados executaram ataques coordenados contra a capital para derrubar o então primeiro-ministro Ariel Henry, que acabou renunciando ao cargo.

A violência em Porto Príncipe afeta a segurança alimentar e o acesso à ajuda humanitária. Grande parte da cidade está sob controle de gangues responsáveis por assassinatos, estupros, saques e sequestros.

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