O governo da Colômbia estendeu por três meses o cessar-fogo bilateral com uma facção de dissidentes da extinta guerrilha das Farc, anunciou nesta terça-feira (16) o ministro da Defesa.
A trégua cobre uma divisão do denominado Estado-Maior Central (EMC), integrado pelas frentes Gentil Duarte, Jorge Suárez Briceño e Raúl Reyes, que não aderiram ao acordo de paz de 2016.
O cessar-fogo "compreende entre as 0h do dia 16 de julho e as 0h do dia 15 de outubro", disse em uma coletiva de imprensa o ministro da Defesa, Iván Velásquez.
O EMC está sob o comando de Iván Mordisco, um poderoso líder que inicialmente dialogou com o governo, mas depois abandonou as tentativas de firmar a paz.
Em abril, Mordisco deixou a mesa de negociações com os delegados do presidente de esquerda Gustavo Petro, e sua guerrilha se dividiu em duas.
Os que continuam negociando - cerca de 1.500, segundo estimativas da ONG Indepaz - são os que continuarão na trégua. Mordisco, por outro lado, intensifica uma guerra a partir do departamento do Cauca, seu reduto no sudoeste do país.
Nesta terça-feira, Velásquez anunciou que a ofensiva militar contra seus homens será reativada em toda a Colômbia.
Para identificar em quais áreas cada facção opera, o governo fará uma "georreferenciação", acrescentou o ministro.
O EMC e sua divisão são duas das quatro guerrilhas que a Colômbia enfrenta.
Atualmente, está em vigor um cessar-fogo até agosto com o Exército de Libertação Nacional (ELN), mas o governo advertiu recentemente que a guerrilha mais antiga do continente não respondeu se deseja prorrogá-lo.
Em junho, a Segunda Marquetalia, cujo chefe é o ex-número dois das FARC, Iván Márquez, iniciou os diálogos de paz com Petro na Venezuela e anunciou um cessar-fogo "unilateral", sem dar mais detalhes.
O primeiro governo de esquerda da Colômbia aposta em uma saída negociada para seis décadas de conflito armado que deixaram 9,5 milhões de vítimas, a maioria deslocados.
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