O secretário-geral da ONU, António Guterres, criticou nesta quarta-feira (17) a política israelense no território palestino ocupado da Cisjordânia, o que representa um "impulso no coração" para alcançar uma solução de dois Estados. 

"Os últimos acontecimentos são um golpe no coração de qualquer perspectiva de uma solução de dois Estados", disse Guterres em uma declaração lida pelo seu chefe de gabinete, Courtenay Rattray, durante uma reunião do Conselho de Segurança das Nações Unidas. 

"A geografia da Cisjordânia ocupada está sendo constantemente alterada pelas medidas administrativas e legais israelenses. O confisco de grandes parcelas de terra em áreas estratégicas e as mudanças no planejamento, gestão de terras e governança irão acelerar significativamente a expansão dos assentamentos", denunciou. 

Ele também condenou a expansão da "soberania israelense neste território palestino ocupado" com o confisco de terras, "as medidas punitivas contra a Autoridade Palestina" e a legalização de cinco postos avançados de assentamentos plantados na Cisjordânia, ocupada por Israel desde 1967. 

"Todas as atividades de colonização devem cessar imediatamente", apelou Guterres, depois de recordar que os assentamentos são uma "violação flagrante do direito internacional e um obstáculo à paz".

Desde o início do conflito na Faixa de Gaza, após o ataque sem precedentes, em 7 de outubro, perpetrado pelo movimento islamista palestino Hamas em território israelense, os combates se intensificaram na Cisjordânia.

O chefe da ONU reiterou o seu apelo a um cessar-fogo imediato em Gaza e à libertação incondicional de todos os reféns detidos pelo Hamas. 

"A situação humanitária em Gaza é uma mancha moral para todos nós", disse ele.

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