Os estudantes de Bangladesh se recusaram, nesta quinta-feira (18), a negociar com a primeira-ministra Sheikh Hasina, embora ela tenha prometido justiça após a morte de 18 pessoas em três dias de protestos.
O governo ordenou o fechamento indefinido de escolas e universidades para enfrentar as semanas de protestos que apelam à igualdade de acesso aos empregos no setor público.
Nesta quinta-feira, um grupo de manifestantes incendiou a sede da principal emissora de TV estatal, a BTV, e "muitas pessoas" ficaram presas no seu interior, informou a rede.
A polícia voltou a disparar gás e balas de borracha para dispersar os manifestantes.
A primeira-ministra Sheikh Hasina condenou o "assassinato" de manifestantes em um discurso transmitido na televisão na quarta-feira e prometeu que os responsáveis seriam punidos.
Mas a Students Against Discrimination, a principal organização por trás dos protestos, classificou as suas declarações como "insinceras" e pediu a seus apoiadores que continuassem com o movimento.
"Não refletem os assassinatos e desordens perpetrados por ativistas do seu partido", disse à AFP Asif Mahmud, um dos coordenadores dos protestos.
Diversas cidades registraram novos confrontos quando a polícia atacou os manifestantes, que bloquearam estradas e rodovias.
O movimento começou em 1º de julho com bloqueios de estradas e ferrovias e degenerou em confrontos que causaram mortes.
O governo também ordenou o corte da Internet porque as redes sociais "são uma arma para espalhar rumores, mentiras e desinformação", segundo o vice-ministro das Telecomunicações, Zunaid Ahmed Palak.
Os protestos quase diários exigem o fim do sistema de cotas que, segundo os opositores, beneficia jovens próximos da primeira-ministra, de 76 anos, que governa o país desde 2009.
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