O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, vetou uma ordem de seu ministro da Defesa de construir um hospital de campanha em Israel para atender crianças palestinas de Gaza, após nove meses de guerra, anunciou seu gabinete nesta quinta-feira (18).

O premiê "não aprova a instalação de um hospital para os moradores de Gaza em território israelense" e este estabelecimento, "portanto, não será instalado", acrescentou o gabinete.

O ministro da Defesa, Yoav Gallant, anunciou na véspera, em comunicado, que ordenou a criação de um hospital "temporário" em Israel para atender crianças em Gaza cujas doenças não podem ser tratadas no território palestino devastado pela guerra.

Gallant mencionou este hospital de campanha em uma chamada telefônica com o ministro da Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, segundo nota.

Uma autoridade israelense afirmou à AFP que antes de ordenar esta construção, Gallant pediu à Netanyahu, duas semanas antes, que acelerasse "a evacuação de pacientes, especialmente crianças doentes" de Gaza.

"O primeiro-ministro vetou a ordem e, por razões políticas, bloqueou uma solução humanitária", declarou a fonte sob anonimato.

O conflito eclodiu em 7 de outubro, quando comandos islamistas mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, segundo uma contagem baseada em dados oficiais israelenses. 

O Exército de Israel estima que 116 pessoas permanecem cativas em Gaza, 42 das quais teriam morrido.

Em resposta, Israel lançou uma ofensiva que já deixou 38.794 mortos em Gaza, majoritariamente civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino governado pelo Hamas.

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