Uma pessoa morreu nesta sexta-feira (19) no centro de Tel Aviv em um ataque com drone reivindicado pelos huthis do Iêmen, um movimento rebelde aliado do Irã e com sua base a 2 mil quilômetros de distância de Israel.

O Exército israelense informou que no ataque foi utilizado "um drone muito grande", capaz de "percorrer longas distâncias". O ataque também deixou quatro feridos.

O dispositivo foi detectado pelo Exército israelense, mas "uma falha humana" impediu o acionamento dos sistemas de interceptação e defesa, informou uma fonte militar à imprensa.

O ataque aconteceu nove meses após o início da guerra entre Israel e o movimento islamista palestino Hamas na Faixa de Gaza.

Os huthis, aliados do Hamas, reivindicaram o ataque, que apresentaram como "uma operação militar qualitativa" direcionada contra "alvos importantes na área ocupada de Jafa, conhecida em Israel com o nome de Tel Aviv", afirmou o porta-voz militar do grupo rebelde, Yahya Saree, em um comunicado.

Os huthis, que governam parte do Iêmen, executaram vários ataques contra navios no Mar Vermelho e no Golfo de Aden nos últimos meses.

O grupo rebelde afirma que atua em solidariedade com os palestinos de Gaza. No último, os huthis alertaram que "não hesitariam em ampliar suas operações militares (...) até o fim da agressão" no território cercado por Israel.

Os huthis já reivindicaram ataques contra a cidade israelense de Eilat, perto do Mar Vermelho, mas o ataque desta sexta-feira é a primeira operação confirmada contra a megalópole de Tel Aviv.

- "Forte explosão" -

A polícia israelense anunciou que recebeu centenas de alertas a partir das 3H00 sobre uma "forte explosão" em Tel Aviv.

A explosão atingiu um prédio próximo a um anexo da embaixada dos Estados Unidos, segundo um correspondente da AFP.

Um homem de 50 anos foi encontrado morto em seu apartamento, informou a polícia. A vítima foi atingida por estilhaços.

O Magen David Adom, o serviço de emergência israelense, informou que prestou atendimento a um homem e uma mulher feridos em sua casa e outros dois feridos na rua. As quatro pessoas foram levadas para o hospital com ferimentos "relativamente leves".

Segundo um morador do centro da cidade, a explosão foi tão forte que o acordou no meio da noite. "Tudo tremeu", disse à AFP. 

"Nenhuma sirene de alerta foi acionada", afirmou o Exército. A Força Aérea ampliou as operações para "proteger o espaço aéreo israelense".

O atual conflito em Gaza começou em 7 de outubro, quando milicianos islamistas do Hamas e de outros grupos palestinos mataram 1.195 pessoas, a maioria civis, e sequestraram 251 no sul de Israel, de acordo com um levantamento com base em dados oficiais israelenses.

O Exército israelense calcula que 116 pessoas permaneçam em cativeiro em Gaza, incluindo 42 que estariam mortas.

Em resposta, Israel iniciou uma ofensiva que já matou mais de 38.800 pessoas em Gaza, também em sua maioria civis, segundo o Ministério da Saúde do território palestino, governado pelo Hamas.

Os huthis integram o chamado "eixo de resistência", hostil aos Estados Unidos e a Israel no Oriente Médio, ao lado do Irã, do regime da Síria, do movimento libanês Hezbollah, do Hamas e da Jihad Islâmica palestinos e das milícias xiitas do Iraque.

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