Inédita, complexa e ambiciosa, a cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos de Paris, na sexta-feira 26 de julho no rio Sena, apresenta-se como a maior transmissão ao vivo "já realizada" pela unidade audiovisual do Comitê Olímpico Internacional (COI).

O espetáculo de 3 horas e 45 minutos, pela primeira vez fora de um estádio, apresentará suas delegações em um desfile de 6 quilômetros a bordo de 85 barcos e "será a maior produção já realizada em termos de equipamentos e recursos de radiodifusão", afirmou à AFP a Olympic Broadcasting Services (OBS). 

Nas margens e pontos da capital francesa, cerca de 3.000 bailarinos e atores participarão de 12 apresentações artísticas em homenagem aos atletas e com o objetivo de contar "a história da França", um país de "diversidade", e de celebrar "o mundo inteiro reunido", segundo o diretor responsável pela criação da cerimônia, Thomas Jolly, com quem a AFP se encontrou várias vezes nas últimas semanas.

- Aparato tecnológico -

A OBS, unidade do COI criada em 2001, é responsável por filmar os Jogos e fornecer imagens às redes de televisão de todo o mundo que adquirem os direitos de transmissão. 

O Sena será a estrela da cerimônia, da ponte Austerlitz até o Trocadero. Em seus arredores, os principais monumentos (Notre-Dame, museus Louvre e Orsay, Torre Eiffel...), serão apresentados ao mundo por mais de 100 sistemas de câmeras, incluindo algumas robóticas. 

Mais de 200 smartphones serão instalados em embarcações para transmitir aos bilhões de telespectadores a perspectiva dos 6 mil a 7 mil atletas que participarão do desfile.  

"Para se ter uma ideia da abrangência do projeto, isto representa o triplo do número de câmeras utilizadas na cerimônia olímpica dos Jogos de Tóquio-2020. Além disso, serão oito drones, três helicópteros e quatro embarcações equipadas com sistemas de vigilância especialmente projetados", detalha a OBS.

- Economia de recursos -

Para fornecer imagens às emissoras de televisão de todo o mundo, a OBS instalou seu centro de imprensa e os centros de controle no Parque de Exposições Le Bourget, na periferia norte da capital francesa. 

Para enviar o sinal das suas inúmeras câmeras, contará com as redes de telecomunicações da histórica operadora francesa Orange. 

As emissoras de televisão nacionais "não são capazes" de operar nesta magnitude, "por isso não estamos frustrados", disse à AFP Gilles Silard, diretor de produção esportiva da estatal France Télévisions, emissora oficial dos Jogos e cliente da OBS. 

"Não temos meios nem recursos para gravar tudo o que precisa ser gravado. Cada local [de competição] requer uma jornada inteira de trabalho, então teríamos que multiplicar nossos equipamentos por 20 ou 30”, explica ele sobre como seu grupo utilizará o sinal internacional da OBS.

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