O Irã tem capacidade de produzir material físsil para uma arma nuclear em "uma ou duas semanas", declarou nesta sexta-feira (19) o secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken.

"O que vimos nas últimas semanas e meses é um Irã que realmente está avançando" com seu programa nuclear, afirmou Blinken.

Os Estados Unidos se retiraram unilateralmente em 2018 de um acordo nuclear com Teerã, elaborado para regular as atividades atômicas da República Islâmica em troca do levantamento das sanções internacionais.

Durante um fórum de segurança no Colorado, no oeste dos Estados Unidos, chefe da diplomacia americana atribuiu esta situação ao colapso do acordo nuclear.

"O Irã, uma vez que o acordo nuclear foi descartado, em vez de estar pelo menos a um ano de ter a capacidade de produzir material físsil para uma arma nuclear, agora provavelmente está a uma ou duas semanas de conseguir isso", afirmou. Blinken esclareceu que o país ainda não desenvolveu uma arma nuclear.

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) afirmou em junho que o Irã está expandindo ainda mais suas capacidades nucleares, e Teerã informou que está implantando mais séries de centrífugas nas instalações de enriquecimento de Natanz e Fordow, ambas no centro-norte do país.

De acordo com a AIEA, o Irã é o único estado sem armas nucleares que enriquece urânio a 60%, um nível pouco abaixo do necessário para o armamento nuclear.

Além disso, o Irã continua acumulando grandes reservas de urânio, que são suficientes, segundo a agência, para a fabricação de várias bombas atômicas.

A República Islâmica tem se afastado gradualmente dos compromissos assumidos no âmbito do acordo de 2015, mas o ministro das Relações Exteriores interino, Ali Bagheri, declarou à emissora CNN esta semana que o objetivo é "a reativação" deste tratado.

"Não estamos buscando um novo acordo", acrescentou.

O Serviço Secreto americano comunicou há poucos dias que aumentou a segurança do candidato presidencial republicano Donald Trump semanas atrás, após descobrir um suposto plano iraniano para assassiná-lo.

Masud Pezeshkian, presidente eleito do Irã, afirmou que seu objetivo é tirar o país do isolamento e se disse favorável à retomada do acordo nuclear de 2015 entre a República Islâmica e o G5+1 (Estados Unidos, Rússia, China, Reino Unido e França, mais Alemanha).

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