A fotógrafa da Agence France-Presse (AFP) Christina Assi, gravemente ferida no Líbano em outubro de 2023, carregou a tocha olímpica neste domingo (21) em um subúrbio de Paris ao lado do cinegrafista Dylan Collins, também ferido, em homenagem aos repórteres mortos este ano.
"É incrível e reconfortante ver todas estas pessoas aplaudindo depois de terem sobrevivido a um ataque seletivo como jornalistas", declarou a jovem jornalista libanesa em uma cadeira de rodas.
Junto com seu colega americano Dylan Collins, ela completou os 200 metros que devia percorrer com a tocha pelas ruas de Vincennes, subúrbio da capital francesa.
"Espero que tudo o que fizemos hoje preste homenagem a todos os jornalistas, nossos colegas e amigos que foram mortos este ano", acrescentou. "Eu gostaria que Issam [Abdallah, o jornalista da Reuters que morreu no bombardeio que feriu Assi e Collins no Líbano] e todos os colegas que perdemos estivessem presentes hoje para ver isto", disse com lágrimas nos olhos.
"E eu gostaria que um ataque como esse não tivesse sido necessário para participar e representar jornalistas", acrescentou.
Assi, de 29 anos, foi vítima de um projétil em 13 de outubro de 2023, enquanto cobria, juntamente com outros seis colegas, confrontos transfronteiriços entre o Exército israelense e grupos armados no sul do Líbano.
O projétil, disparado por um tanque israelense segundo uma investigação aprofundada da AFP, matou o jornalista da Reuters e feriu os outros seis repórteres presentes, incluindo Christina, que foi submetida a uma amputação da perna direita.
Collins, de 36, também ficou ferido. Ele já havia sido ferido durante o conflito na Ucrânia, invadida pela Rússia em fevereiro de 2022.
"Foi muito emocionante ver Christina e Dylan carregando a tocha. A coragem deles diante de adversidades inimagináveis é uma expressão eloquente do espírito olímpico. Todos na AFP estão muito orgulhosos deles", disse o diretor de informação da AFP, Phil Chetwynd.
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