O Kremlin se limitou a destacar, nesta segunda-feira (22), a "retórica hostil" em relação à Rússia da vice-presidente americana, Kamala Harris, que se perfila como a candidata mais provável para enfrentar Donald Trump nas eleições presidenciais após a saída de Joe Biden da corrida. 

"Não podemos avaliar a candidatura em potencial de Harris [...] pois, até agora, sua contribuição para nossas relações não foi transcendental. Fez declarações com uma retórica muito hostil em relação ao nosso país", declarou à imprensa o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.

Ao ser perguntado mais uma vez sobre a decisão de Biden de renunciar à candidatura, Peskov disse que nada mais surpreende à Rússia quando se trata de Estados Unidos, um país que Moscou considera decadente e qualifica de ameaça existencial. 

"Honestamente, tudo o que ocorreu nos últimos anos nos Estados Unidos nos ensinaram a não nos surpreender com nada. Desta forma não nos surpreendeu" a retirada de Biden da corrida pela Casa Branca, declarou o porta-voz. 

Peskov também reiterou, como havia dito no dia anterior após o anúncio do presidente americano, que, para a Rússia, a prioridade é vencer a Ucrânia. 

"Não cabe a nós julgar a decisão do presidente Biden", disse. "O desenvolvimento das relações russo-americanas são importantes, mas o principal é alcançar os objetivos da operação militar especial", disse o porta-voz, utilizando o eufemismo russo para falar da ofensiva na Ucrânia. 

bur/jvb/zm/dd