Até hoje, cerca de 40 milhões de pessoas morreram com Aids no mundo. Cerca de 35 milhões têm HIV. No Brasil, são cerca de 920 mil pessoas infectadas. Dessas, cerca de 95% não desenvolveram a doença, mas têm o vírus e o não transmitem, por conta de uma carga viral baixa.  -  (crédito: MasterTux por Pixabay )

Até hoje, cerca de 40 milhões de pessoas morreram com Aids no mundo. Cerca de 35 milhões têm HIV. No Brasil, são cerca de 920 mil pessoas infectadas. Dessas, cerca de 95% não desenvolveram a doença, mas têm o vírus e o não transmitem, por conta de uma carga viral baixa.

crédito: MasterTux por Pixabay

As medidas tomadas por líderes políticos este ano serão decisivas para que a aids deixe de ser uma ameaça à saúde pública em 2030, afirmou nesta segunda-feira (22) a agência da ONU dedicada ao combate à doença.

Os números de 2023 mostram uma melhora global no número de novas infecções, no tratamento de pacientes soropositivos e uma diminuição na mortalidade, mas a Unaids lembrou que a pandemia matou mais de 42 milhões de pessoas e que o progresso ainda é lento. 

Em 2023, quase 40 milhões de pessoas viviam com o vírus da aids, o HIV, revela o relatório anual da organização. 

 

 

No ano passado, quase 1,3 milhão de novas infeções foram registadas, 100 mil a menos do que em 2022, uma redução significativa dos 3,3 milhões em 1995. Mas a Unaids não está satisfeita porque o limite de 330.000 infecções em 2025 parece inatingível. 

 

 

A aids também matou menos: 630.000 mortes em 2023, em comparação com 670.000 no ano anterior. Esse número é 69% inferior ao de 2004, pior ano da pandemia. 

O principal desafio é o acesso à terapia antirretroviral, muito eficaz atualmente. 

Até o final de dezembro de 2024, 30,7 milhões de pessoas terão acesso a terapias, contra apenas 7,7 milhões em 2010, mas o número continua longe da meta para 2025, de 34 milhões de pessoas. 

Além disso, quase um quarto dos infectados não têm acesso ao tratamento. 

A África Oriental e Meridional permanecem como as regiões mais afetadas, com 20,8 milhões de pessoas com HIV, 450 mil infectadas no ano passado e 260 mil mortes.

- Estigmatização e infecção -

Winnie Byanyima, diretora-executiva da Unaids, destacou que "o mundo não está no caminho certo" para atingir a meta de 2030, e que "não está sendo feito o suficiente para eliminar as desigualdades que permitem que a pandemia do HIV" continue. 

"Uma pessoa morre a cada minuto devido a doenças ligadas ao HIV", lembrou. 

A estigmatização e a discriminação, às vezes a criminalização, às quais alguns grupos de pessoas são vítimas, resultam em taxas de infecção mais elevadas porque não conseguem obter os cuidados necessários sem se exporem a perigos. 

Os números são eloquentes: a prevalência global do HIV entre adultos de 15 a 49 anos é de 0,8%. A prevalência é de 2,3% entre mulheres jovens entre 15 e 24 anos na África Oriental e Meridional, e 7,7% entre homossexuais e outros homens que têm relações sexuais com homens. 

Profissionais do sexo representam 3%, enquanto 5% são usuários de drogas injetáveis, 9,2% pessoas trans e 1,3% presidiários.

- Ação coordenada -

Byanyima denunciou à AFP "um esforço coordenado e bem financiado" contra os direitos LGBTQIAPN+, os direitos reprodutivos e a igualdade de gênero por parte de países e grupos socialmente conservadores. 

Embora em alguns países da África Subsariana, as novas infecções tenham diminuído em mais da metade e as mortes em até 60% desde 2010, "temos regiões como Europa Oriental, Ásia Central e América Latina onde as novas infecções estão aumentando", enfatizou. 

Em 2023, foram registadas 120 mil novas infeções na América Latina (contra 110 mil em 2022) e 2,3 milhões de pessoas viviam com o HIV. Cerca de 30.000 pessoas morreram de aids. 

Na Europa Oriental e na Ásia Central, apenas metade das pessoas infectadas pelo HIV recebem cuidados, e apenas 49% no norte da África e no Oriente Médio. 

Para destacar a mensagem, que será destaque na 25ª Conferência Internacional sobre a Aids, que começa nesta segunda-feira (22) na Alemanha, Byanyima e o alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk, emitiram uma declaração conjunta na semana passada. 

"A estigmatização mata. A solidariedade salva vidas", indicaram. 

"Apelamos conjuntamente a todos os países para que eliminem todas as leis punitivas contra lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e pessoas queer. A descriminalização das pessoas LGBTQIAPN+ é essencial para proteger os direitos e a saúde de cada uma", expressaram.

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