A diretora do Serviço Secreto dos Estados Unidos, Kimberly Cheatle, renunciou ao cargo nesta terça-feira (23), um dia depois de admitir que a agência falhou em sua missão de evitar uma tentativa de assassinato contra Donald Trump.
Cheatle enfrentava pedidos de democratas e republicanos para renunciar depois que um atirador de 20 anos feriu o ex-presidente republicano e atual candidato à Casa Branca em um comício de campanha em Butler, na Pensilvânia, em 13 de julho.
"Estava atrasada, ela deveria ter feito isso pelo menos uma semana atrás", disse republicano Mike Johnson, presidente da Câmara dos Representantes, aos repórteres. "Estou feliz em ver que ela atendeu ao chamado tanto dos republicanos quanto dos democratas."
Cheatle compareceu perante um comitê do Congresso na segunda-feira e disse que o ataque a Trump, que foi levemente ferido na orelha direita, representou "a falha operacional mais significativa do Serviço Secreto em décadas".
Republicanos e democratas pediram a renúncia de Cheatle, que irritou os parlamentares de ambos os partidos ao se recusar a fornecer detalhes específicos sobre o ataque, citando a existência de várias investigações em andamento.
O autor do atentado, que estava no telhado de um prédio próximo, abriu fogo contra Trump com um fuzil AR-15 poucos minutos depois de o republicano começar a falar durante um evento de campanha.
Ele foi morto por um atirador de elite do Serviço Secreto menos de 30 segundos após disparar os primeiros oito tiros.
Os investigadores concluíram que o jovem, que morava em uma cidade a cerca de 80 quilômetros de Butler, agiu sozinho e não conseguiram identificar quaisquer motivações ideológicas ou políticas fortes.
Dois participantes do comício foram gravemente feridos e um bombeiro da Pensilvânia de 50 anos, Corey Comperatore, morreu.
O ex-médico de Trump disse no fim de semana que o candidato republicano sofreu um ferimento por tiro de dois centímetros na orelha direita.
"A bala passou, chegando a menos de um quarto de polegada de entrar na cabeça dele, e atingiu o topo de sua orelha direita", disse o ex-médico da Casa Branca, Ronny Jackson.
Cheatle serviu como agente do Serviço Secreto por 27 anos antes de deixar o cargo em 2021 para se tornar chefe de segurança da PepsiCo na América do Norte.
Ela havia sido nomeada pelo presidente Joe Biden em 2022 para liderar a agência.