O Comitê Olímpico Cubano (COC) exigiu nesta terça-feira (23) a expulsão dos Jogos de Paris do canoísta Fernando Dayán, um dos cubanos incluídos na equipe de refugiados do COI, por suas declarações "desrespeitosas e falaciosas" sobre a ilha.

"O COC se vê obrigado a informar publicamente esta situação e exigir a imediata expulsão do referido atleta dos Jogos Olímpicos de Paris 2024, segundo as normas que regem o Movimento Olímpico Internacional", afirmou o órgão cubano em declaração publicada na imprensa local.

No texto, o COC não menciona expressamente Dayán, radicado nos Estados Unidos desde 2022, depois de abandonar uma delegação oficial durante um treinamento no México, mas fala sobre a medalha de ouro do canoísta nos Jogos de Tóquio-2020, no C-2 1000 metros, representando Cuba.

O COC baseia seu pedido alegando que Dayán, de 25 anos, violou "as normas que regem o Movimento Olímpico Internacional" ao fazer "declarações políticas desrespeitosas e falaciosas contra seu país, seu povo e o movimento esportivo que lhe permitiu ser campeão olímpico".

Além disso, denunciou que a decisão de incluir dois atletas de origem cubana na equipe olímpica de refugiados foi adotada "pelas suas costas", mesmo que os dirigentes do Comitê Olímpico Internacional (COI) "reconheçam que nenhum desses atletas (...) é desenraizado pela guerra ou perseguido".

"Isto confirma as preocupações de Cuba sobre a verdadeira motivação política da inclusão de atletas de origem cubana" na equipe de refugiados (EOR), cujo "claro objetivo" é "atacar a imagem do movimento esportivo" cubano, acrescentou o COC.

"O Movimento Esportivo Cubano exige que o COI cumpra com suas responsabilidades de fazer valer os princípios do olimpismo", afirma o órgão.

Em maio, o COI anunciou sua equipe de refugiados para os Jogos de Paris, integrada por 36 atletas de 12 países. Pela primeira vez desde a sua criação, em 2015, dois cubanos foram incluídos nessa seleção: Dayán e Ramiro Mora, radicado no Reino Unido.

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