O presidente do principal partido da oposição de direita do Chile, Javier Macaya, renunciou nesta terça-feira (23), após defender publicamente seu pai, condenado por abuso sexual de menores em um caso que provocou indignação pública.

Eduardo Macaya, 72, foi condenado a seis anos de prisão por abuso sexual de menores, em uma investigação envolvendo membros de sua família.

"No interesse do meu compromisso político, tomei a decisão de renunciar à presidência da União Democrática Independente (UDI). Jamais permitiria que uma situação familiar, por mais dolorosa que seja, afetasse ainda mais as menores envolvidas e o desempenho do meu partido", disse Javier Macaya, também senador.

Javier, que afirmou acreditar na inocência de seu pai, criticou o processo judicial, ressaltando que a sentença foi baseada em uma gravação feita sem o consentimento do acusado e com um vídeo “bastante editado”.

As declarações do político provocaram indignação pública, que aumentou com a notícia de que seu pai cumpriria prisão domiciliar em vez da preventiva enquanto aguarda outros recursos de apelação.

“Um dos motivos que causam indignação é quando existem certos tipos de privilégio dependendo de onde uma pessoa vem, e o que tem que ficar claro é que a justiça se legitima na medida em que somos todos iguais perante a lei”, disse o presidente chileno, Gabriel Boric, que se somou à onda de críticas.

Boric anunciou uma investigação para apurar se houve algum tipo de privilégio no caso.

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