Os preços do petróleo continuaram a cair nesta terça-feira (23), atingindo seu nível mais baixo em um mês e meio, enquanto os operadores se preocupam com um desequilíbrio entre oferta e demanda no contexto de uma conjuntura econômica deteriorada.

O preço do barril de petróleo Brent do Mar do Norte para entrega em setembro caiu 1,68% e fechou a US$ 81,01.

O barril de West Texas Intermediate (WTI) norte-americano para a mesma data, no primeiro dia em que é utilizado como contrato de referência, recuou 1,83%, para US$ 76,96.

Os operadores estão preocupados que "o ritmo de crescimento da economia [mundial] não seja tão forte quanto poderia ser", comentou Stewart Glickman, da CFRA Research.

"E o fator mais importante desse raciocínio está ligado ao que ocorre na China", acrescentou o analista, cujo crescimento caiu abaixo do patamar simbólico de 5% anual no segundo trimestre.

Embora a Agência Internacional de Energia (AIE), a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e a Agência de Informação sobre Energia dos EUA (EIA) tenham considerado uma desaceleração da demanda por petróleo bruto este ano, continuam vendo um crescimento significativo.

"A China é considerada a principal fonte dessa demanda adicional, mas se isso não ocorrer, quem absorverá o aumento da oferta?", questiona Glickman.

Se, ao mesmo tempo, os membros da Opep e os parceiros do acordo Opep+ retornarem gradualmente, como anunciado, a cortes de produção de 2,2 milhões de barris diários a partir de outubro, "não veremos um barril [de WTI] a 80 dólares", adverte o analista.

"E desta vez, os riscos para a oferta não compensam o deterioro das expectativas de demanda", aponta Daniel Ghali, da TD Securities, em uma nota.

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