Nicolás Maduro concorre à reeleição no próximo domingo, 28 de julho -  (crédito: DAVID MARIS/AFP)

Nicolás Maduro concorre à reeleição no próximo domingo, 28 de julho

crédito: DAVID MARIS/AFP

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, afirmou em comício na noite de terça-feira (23/7) que as eleições no Brasil não são auditadas. Ele também disse, sem provas, que as eleições dos Estados Unidos e Colômbia também não são auditadas.

 

Na mesma ocasião, de acordo com a Folha de S. Paulo e o site Monitoreamos, o venezuelano afirmou que a Venezuela tem o melhor sistema eleitoral do mundo. Segundo ele, o país conta com 16 auditorias e uma auditoria em tempo real de 54% das urnas.

 

 

Como comparativo, ele atacou os três países. "Em que outra parte do mundo fazem isso? Nos Estados Unidos? O sistema eleitoral é auditável? No Brasil? Não auditam nenhuma ata. Na Colômbia? Não auditam nenhuma ata", afirmou.

 

A afirmação foi feita sem provas. No Brasil, a auditoria é realizada ao fim das votações em todas as urnas, quando é impressa uma ata com um resumo de todos os votos registrados. No procedimento padrão, o documento é impresso em cinco vias, assinadas pelos fiscais dos partidos presentes e pelo presidente da seção.

 

 

Na sequência, três desses documentos são colocados na ata e enviados para o respectivo cartório eleitoral, uma via é colocada na porta da seção, e a outra via é entregue aos fiscais dos partidos. Assim, tanto civis quanto partidos podem conferir se os dados divulgados foram corretos.

 

Série de troca de ferpas

 

A afirmação foi feita após o presidente Lula (PT) ter afirmado que se assustou com a fala de Maduro de que a Venezuela estaria propícia a um "banho de sangue" caso perca as eleições. "Quem perde as eleições toma um banho de votos, não de sangue", afirmou. E ainda completou: "Maduro tem que aprender: quando você ganha, você fica. Quando você perde, você vai embora. E se prepara para disputar outra eleição".

 

 

Na ocasião mencionada, em um comício em Caracas, o presidente venezuelano afirmou: "O destino da Venezuela no século 21 depende da nossa vitória em 28 de julho. Se não querem que a Venezuela caia em um banho de sangue, em uma guerra civil fratricida, produto dos fascistas, vamos garantir o maior êxito, a maior vitória da história eleitoral do nosso povo".

 

Apesar disso, o ex-presidente argentino Alberto Fernández acredita que Maduro vai respeitar as eleições caso seja derrotado. Em entrevista a uma rádio sobre o pleito venezuelano, ele citou Lula e afirmou: "Se [Maduro] for derrotado, o que deve fazer é aceitar, como disse [o presidente do Brasil, Luiz Inácio] Lula [da Silva]: quem ganha, ganha, e quem perde, perde [...] vou fazer o que me pediram, ser um observador das eleições para que tudo funcione bem".


No mesmo evento, o venezuelano rebateu Lula, mas sem mencionar seu nome, dizendo que não disse mentiras. Ainda, afirmou que, quem se assustasse com suas falas, que tomasse um chá de camomila.

 

 

Na última semana, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que enviará à Venezuela dois observadores para a eleição presidencial do país, que acontecerá no próximo domingo, 28 de julho. Ainda, o presidente Lula afirmou que o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, também viajará para acompanhar o processo eleitoral. No pleito, Nicolás Maduro concorrerá ao terceiro mandato como presidente do país, e tem como principal rival Edmundo González Urrutia. 

 

 

O processo eleitoral venezuelano, entretanto, enfrenta uma série de polêmicas, incluindo acusações da oposição de que o governo atual é ditador. Ainda, apesar de o Conselho Nacional Eleitoral ter aceitado a participação dos brasileiros e do ex-presidente Argentino, barrou a participação de observadores da União Europeia.